Bancos ampliam crédito para compra da casa própria

Rio (AE) – Os bancos querem ampliar sua carteira de crédito imobiliário, apesar das contratações já realizadas este ano estarem acima das metas de crescimento. "Os bancos tem disponível o recurso que o mercado quiser. Todo volume que tiver demanda por pessoas em condições de pagar será oferecido", disse o gerente técnico da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Pereira Gonçalves. Não só há recursos como também tentativas de melhorar as condições de financiamento, como prazos e juros. Instituições como HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Bradesco e Santander estão oferecendo produtos diferenciados.

Um dos motivos para esse interesse pelo crédito imobiliário é a tendência de queda significativa da Selic no longo prazo, que leva os bancos a procurarem posicionar melhor suas aplicações. "O crédito imobiliário é o filé-mignon. Tem garantia tangível (material) e é de longo prazo", diz o economista-chefe da Federação Brasileira das Associações de Bancos, Roberto Luis Troster.

De janeiro a agosto, os financiamentos imobiliários contratados com recursos das cadernetas de poupança somaram R$ 2 87 bilhões, 57,73% mais do que no mesmo período do ano passado. Para o terceiro e o quarto trimestres, a meta era ter 50% a mais de financiamentos que no ano passado. Em julho e agosto, as contratações somaram R$ 834,47 milhões, 65,8% mais que nesses dois meses de 2004.

O presidente do Sindicato da Indústria de Construção do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Roberto Kauffmann, acredita que neste ano os financiamentos imobiliários com recursos da poupança chegarão a R$ 5 bilhões.

Ele é pessimista, porém, em relação aos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), onde o orçamento para habitação de baixa renda este ano é de R$ 8,5 bilhões, dos quais apenas R$ 2,8 bilhões foram usados até agosto. De acordo com ele, a procura por esse tipo de crédito, oferecido por meio da Caixa Econômica Federal, fica dificultada por exigências como a de um mínimo de 60% do empreendimento seja vendido na planta para que suas unidades imobiliárias sejam financiadas pelo FGTS. "A população de baixa renda não tem dinheiro para comprar na planta e pagar aluguel e prestação ao mesmo tempo", diz.

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