Banco genético da Embrapa já tem 100 mil amostras de sementes

Brasília – O banco genético da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia alcançou o número 100 mil de amostras sementes de quase 500 espécies vegetais diferentes, o sexto maior do mundo, empatado com o Canadá. O resultado foi apresentado neste sábado na Feira Botânica de Brasília, em comemoração aos 32 anos da unidade, completados na última quarta-feira (22). A unidade é uma das 40 da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

No banco genético há sementes de soja, arroz, trigo e milho. Elas estão conservadas em câmaras frias a 20°C abaixo de zero. Um dos beneficiados pelo banco genético da Embrapa são os índios Krahô, do Tocantins. Em 1995, eles procuraram a unidade em busca de sementes primitivas como milho, que não possuíam mais. Depois da iniciativa, outras etnias também buscaram a Embrapa, como os guarani e algumas do Xingu. De acordo com o chefe-geral da unidade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manoel Cabral, o banco genético não conserva sementes apenas para devolver à população, trabalha com o material para melhorar sua qualidade. ?A idéia não é só material para devolver. É apresentar características, fazer estudos, gens de interesse para o desenvolvimento de novos materiais genéticos que tenham características de interesse como resistência a doença, resistência ao frio, adaptação a diversas regiões do Brasil?, explicou. Durante a feira foi lançado o livro ?Animais do Descobrimento?, do pesquisador Arthur Mariante, e da historiadora Neusa Cavalcante. A publicação apresenta animais, como bois e cavalos, que chegaram ao país na época do descobrimento e se desenvolveram formando raças locais ou naturalizadas. Segundo Mariante, uma das idéias é estudar a característica de adaptação para que ela possa ser utilizada em raças comerciais. ?Você pegar, por exemplo, a característica de extrema adaptação do cavalo pantaneiro, na região no Pantanal, e passar essa característica para raças comerciais que não se adaptam àquelas condições, seria um trabalho muito bom. A perspectiva é que a gente tenha um banco de semens e embriões e tentar levar essas características de adaptação para animais futuros?, explicou.

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