O vice-presidente do Banco do Brasil (BB), Aldo Mendes, previu que o processo de incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) pelo BB poderá levar um prazo de seis meses. Na avaliação dele, a incorporação do Besc pelo BB é "muito interessante". "É algo muito interessante, porque permite ao Banco do Brasil se contrapor a esse movimento dos outros bancos de aquisições", disse Mendes, ao comentar o resultado do balanço do BB no primeiro trimestre de 2007.
Mendes explicou que a fase atual do processo de incorporação é de análise jurídica, de como fazer a operação. Segundo ele, a primeira fase de decisão dos "donos" da instituição financeira, que tem um componente político, já foi ultrapassada. Na avaliação do dirigente do BB, a fase da análise jurídica está "avançando bem". Ele disse que o terceiro estágio será o de avaliação do negócio, quando o Banco do Brasil terá que "entrar no Besc". A quarta e última fase será operacional, que é a de estabelecer como será feita a incorporação das redes dos dois bancos e dos produtos oferecidos
O vice-presidente do BB disse que o banco tem interesse no Besc com ou sem o direito de explorar a folha de pagamento do Estado de Santa Catarina, mas destacou que o preço sem a folha será diferente. Ele afirmou ainda que "tudo indica" que a operação será feita por troca de ações.
Mendes destacou que a aquisição do Besc pelo BB é positiva, sobretudo pelo fato de o banco estadual já ter uma financeira e uma carteira de crédito imobiliário. Na avaliação do dirigente do Banco do Brasil, caso a incorporação seja feita não seria necessária uma autorização do Banco Central (BC) para o Banco do Brasil ter uma carteira própria imobiliária. O BB está aguardando uma autorização do Banco Central para ter uma carteira própria de crédito imobiliário. "Não vamos fazer nada que o BC não queira, disse Mendes. "Teremos que consultar as autoridades para ver se é possível".
Segundo ele, caso a operação seja concluída, os ativos do Banco do Brasil vão crescer 1,4%. Isso porque o Besc tem, aproximadamente, R$ 4,2 bilhões de ativos e 700 mil clientes. Ele não quis comentar a possibilidade de o BB, no futuro, fazer incorporações de outros bancos públicos, como o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste. Rumores nesse sentido têm circulado no mercado financeiro.