Banco do Brasil pode lançar US$ 300 milhões em bônus perpétuos

Brasília – O vice-presidente em exercício de Negócios Internacionais e Atacado do Banco do Brasil (BB), Sandro Marcondes, confirmou hoje (5) que o banco realizará ainda neste ano o lançamento de um título no mercado internacional sem prazo de vencimento. "A idéia é que o investidor detenha este título até o fim de sua vida", explicou o dirigente do BB, referindo-se ao que o mercado chama de bônus perpétuo. O mercado já especulava com esta possibilidade desde ontem, quando surgiram notícias neste sentido vindas do leste asiático. O valor da emissão será de aproximadamente US$ 300 milhões.

O BB, segundo Marcondes, nunca fez operação semelhante. "Esse é um mercado que só começou a existir no ano passado para as empresas brasileiras", disse. O grande entrave a esta modalidade de captação de recursos ao exterior era o custo. "Com juros altos, essa operação era inviável", comentou. A queda do chamado risco Brasil, de acordo com o dirigente do BB, tornou viável o lançamento desses títulos no mercado externo. "Com o risco em torno dos 290 pontos, fica mais atrativo fazer este tipo de operação", disse.

Os detalhes da captação, segundo Marcondes, ainda não foram fechados e dependerão muito das condições de mercado. A única definição, por enquanto, é que o BB iniciará na segunda-feira uma série de apresentações a potenciais compradores do títulos em países da Ásia e Europa e nos Estados Unidos. A apresentação, de acordo com Marcondes, poderá durar um pouco mais de uma semana. "Depois disso, fecharemos a operação quando acharmos que o momento seja mais favorável para nós", disse. Ele não descartou, entretanto, a possibilidade de que isto possa vir a ocorrer até o final deste mês.

O título, segundo o vice-presidente em exercício do BB, também poderá ter uma cláusula de recompra antecipada. "Esta cláusula, se vier a existir, terá de ser exercida pelo emissor e não pelos compradores dos títulos", disse. A idéia da recompra antecipada, de acordo com Marcondes, é permitir que o emissor do título possa trocar os papéis por outros com juros mais baixos. "Se a taxa de juros fica mais baixa na frente, podemos exercer a cláusula e colocar novos títulos com os juros menores", disse. A expectativa do mercado é de que o BB embuta uma cláusula de recompra de cinco anos no título. "Isto não está definido", disse Marcondes.

O volume da captação, pelos rumores de mercado, seria da ordem de US$ 300 milhões. "O valor final da operação pode ser um pouco maior ou pouco menor que isso", disse. Marcondes confirmou ao mesmo tempo, que a operação está sendo coordenada pelo Citibank e pela BB Securities, subsidiária do banco instalada no mercado europeu. Os potenciais compradores do papel, na opinião do dirigente do BB, são os fundos de pensão e pessoas físicas do leste asiático.

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