Banco Central mantém aposta sobre crescimento

Ainda que a avaliação do mercado sobre o comportamento da atividade econômica tenha piorado nos últimos dias, a percepção dos analistas que participaram ontem da primeira reunião trimestral com a equipe do Banco Central (BC) em São Paulo é que a autoridade monetária não alterou o cenário que havia traçado, mesmo não tendo mostrado números.

"Foi uma reunião enxuta, até por causa da proximidade do Copom (Comitê de Política Monetária)", disse um economista que participou do encontro. "Mas percebi que os representantes do BC ainda estão otimistas em relação à dinâmica do crescimento", afirmou.

Por isso, esse analista saiu da reunião acreditando ainda mais em uma redução do ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic) para 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do Copom, na semana que vem. De acordo com esse economista, no entanto, não é possível afirmar "a ferro e fogo" que o BC passou algum sinal sobre o Copom.

A respeito do cenário externo, o BC teria enfatizado que foi temporário o mau humor dos mercados internacionais em maio. Sobre o câmbio, os representantes do BC deram "respostas-padrão": "Sempre que houver oportunidade, o Banco Central entrará no mercado de dólar para aumentar as reservas".

Uma outra fonte informou também que a percepção que teve do encontro com representantes do BC em relação à atividade econômica é de tranqüilidade. "Para o BC, a desaceleração da atividade no segundo trimestre é natural porque o processo de crescimento do PIB não ocorre a taxas constantes", avaliou a fonte, a partir do depoimento de um dos representantes do BC.

De acordo com essa mesma fonte, a autoridade monetária está confiante numa retomada da expansão do PIB no segundo semestre, ainda que não tenha explicitado seus números.

"O BC lembrou que a base de comparação é muito forte e a expansão no primeiro semestre do ano passado foi o pico do período. A partir da segunda metade do ano, os números se mostrarão mais favoráveis", disse, referindo-se à percepção obtida pelo depoimento de um dos representantes.

Essa fonte disse ainda que o BC se mostrou muito confortável com o comportamento do País durante o período de crise, em maio, e teria avaliado que a reação do Brasil no período foi melhor que a de outros países emergentes, mesmo aqueles cujos riscos estão mais bem avaliados.

Voltar ao topo