Banco Central deve ter ‘meta oculta’ de inflação, diz Mercadante

Um dos tradicionais conselheiros econômicos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), aventou ontem a possibilidade de o Banco Central (BC) trabalhar com uma "meta oculta" de inflação, mais baixa que a oficial, e, por isso, não baixar mais acentuadamente a taxa básica de juros.

Em pronunciamento na abertura do 19º Fórum Nacional (evento organizado pelo ex-ministro do Planejamento Reis Velloso, no Rio de Janeiro), o parlamentar lembrou os bons indicadores da economia brasileira – segundo ele, os melhores da história econômica do País desde o pós-guerra – e afirmou que não há razão para que o BC não baixe a Selic com mais força. O senador também fez outras críticas à política econômica, lembrando, às vezes, um oposicionista, pelo conteúdo e pela ênfase com que atacou a linha oficial de condução do BC.

"Precisamos acelerar a redução da taxa básica de juros", afirmou. "Apoiei fundamentalmente a política econômica, apóio a independência operacional do Banco Central, mas a nossa taxa de inflação está no limite inferior da banda há um ano.

Ele lembrou que não há nenhuma projeção significativa de aumento da inflação, nem aumento de preços de commodities, nem do petróleo. "Me digam, na ata do Copom, onde está o risco dessa inflação de 3,14% que fechamos no ano passado para a meta de 4 5%? Ou o BC tem uma meta oculta ou a meta do País é a produzida com a participação do BC. Não tem por que não manter 0,5 ponto porcentual de queda na taxa de juros."

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