Bailes em clubes já foram muito mais prestigiados

Sobravam saltos bico-fino, sandálias plataforma e espaço para dançar; faltavam músicas típicas de Carnaval e gente fantasiada. O repertório da banda Estilo incluía axé e similares, reggae, o hit Festa no apê, do Latino, e alguma coisa de samba e marchinhas. No Baile do Santa Mônica, que terminou na madrugada de ontem, os elementos que insinuavam mesmo que a festa era de Carnaval eram confete e serpentina no chão e alegria superlativa dos foliões.

O público era de cerca de três mil pessoas, nas estimativas do coordenador Social do Santa Mônica, Natan Kaiser dos Reis. Para ele, o clube já viveu dias melhores, em que era possível ter festa nos quatro dias – na última noite, o público chegava a nove mil pessoas. ?Mas isso foi nos tempos em que não havia Carnaval muito forte na praia?, lembra.

De qualquer forma, muitos dos participantes voltaram antes do litoral para festejar o que consideram tradição. É o caso da caloura de Jornalismo, Cecília Pimenta, que voltou de Enseada. ?Eu venho no baile do clube desde pequena?, conta. Ela diz que muitos amigos retornaram do litoral para pegar o último dia de folia em Curitiba.

Se houve gente que voltou do litoral por gostar do baile, houve também aqueles que o fizeram por motivo de trabalho e que aproveitaram a oportunidade da festa do Santa Mônica para que a terça-feira não passasse em branco. Foram as obrigações profissionais que fizeram as advogadas Patrícia Rocha e Mônica Yao voltarem a Curitiba, mas o que as trouxe à festa foi o gosto de pular Carnaval. Segundo Patrícia, já fazia vários anos que não participava. ?Está animado, mas tem muito menos gente que antigamente?, atesta.

Fantasias

Poucos eram os fantasiados, menos ainda eram os que se empenharam em encarnar genuinamente o espírito da festa e caprichar na vestimenta. Com uma indumentária que poderia tanto ser identificada como de motivação negra, quanto indígena, Isabela Cristina Costa Pereira afirma com a convicção de quem não pára de dançar nem quando dá entrevista: ?Sem fantasia, não tem Carnaval. É um momento de alegria?.

Trajado com camisa florida, óculos e chapéu – caracterizando o típico malandro – o representante comercial Daniel Cruz conta que há dez anos não comparecia ao baile. ?Tenho ido muito ao litoral catarinense. Mas dessa vez resolvi ficar por opção, para descansar.?

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