Bagdá tem mais de 130 mortes nos últimos dias

A polícia encontrou hoje 30 corpos com marcas de tortura em Bagdá, e um deles, na beira do rio Tigre, estava desmembrado, na mais recente onda de assassinatos que transformou o Iraque em uma das mais violentas áreas de conflito do mundo, segundo o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) Asharaf Qazi. A violência intensificou-se na capital iraquiana nos últimos dois dias, com mais de 130 pessoas tendo sido mortas por ataques ou seus corpos sendo encontrados abandonados nas ruas da cidade.

Um fuzileiro naval dos Estados Unidos foi morto hoje na província de Anbar, e um soldado americano foi morto ontem à noite na explosão de uma bomba em uma estrada a noroeste de Bagdá – elevando para cinco o número de militares dos EUA mortos ontem no Iraque. Um civil iraquiano foi morto e cinco ficaram feridos quando um atirador no topo de um prédio abandonado abriu fogo contra um bairro sunita hoje de manhã no centro de Bagdá, anunciou a polícia.

Um porta-voz do partido sunita Conferência do Povo do Iraque, xeque Muhanad al-Gharairi, foi morto a tiros hoje, informou um integrante do partido que pediu para não ser identificado por temer ser igualmente morto. Uma proibição de tráfego de veículos imposta pelo governo entrou em vigor hoje em Bagdá a fim de evitar ataques suicidas com carros-bomba e de outros tipo contra fiéis participando das orações de sexta-feira. A proibição vigora todas as sextas-feiras.

O embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, afirmou no Conselho de Segurança que nos últimos três meses "tensões sectárias, intencionalmente incitadas por insurgentes e extremistas, aumentaram… resultando no aumento de assassinatos seqüestros, ataques contra civis e do número de pessoas deslocadas internamente".

Ele disse ontem que a violência étnica e sectária "é uma das mais significativas ameaças à segurança e estabilidade do Iraque", suplantando, para o governo Bush, a ameaça apresentada anteriormente pelos seguidores do presidente deposto Saddam Hussein. Nos últimos três meses, acrescentou Bolton, aumentou em 15% o número de ataques semanais e em 51% o número de vítimas.

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