Que carro comprar?

A tão planejada compra ou troca de um veículo pode não ser tão simples. Todo o processo é cercado de observações e decisões que exigem calma e paciência. Após ter certeza de que é possível realizar a compra, e saber o quanto gastar, é importante descobrir qual veículo se encaixa na sua necessidade.

Gilberto Deggerone, proprietário da Exclusiva Veículos, explica que, primeiro, a pessoa tem que delinear qual é a utilização; será um carro de estrada ou de cidade? Para viagem, trabalho, ou para andar com a família? Pessoas que desejam um veículo para viagens, sejam elas com a família ou a trabalho, podem optar pelos modelos mais completos, com ar-condicionado, direção hidráulica, além de vidros e travas-elétricas, e motores mais potentes, para que o veículo desenvolva bem em qualquer situação da estrada.

Pessoas que desejam um carro para cidade, podem baratear o custo do automóvel optando por vidros manuais e direção mecânica, além de motorização 1.0, que traz economia de combustível. Mesmo assim, quem deseja mais potência pode optar pelos motores 1.3, também econômicos, porém mais potentes.

Famílias devem optar por veículos maiores, as conhecidas peruas, com motorização a partir de 1.5 cilindradas, que possuem maior espaço de bagageiro e carregam com destreza toda a família. O carro quatro portas é indicado para veículos que transportam mais de duas pessoas, ou mães que levam seus filhos diariamente. Nesse caso é bom pensar em portas traseiras com travas especiais.

Pessoal

Além das dicas acima, outros fatores determinam a compra. ?Tudo vai do estilo de cada pessoa, da preferência pela cor ou por alguma marca específica?, explica Deggerone. O test-drive é fundamental para a decisão. Ao andar com o veículo, o comprador vai medir conforto, comodidade e visualização, entre outros fatores que definirão a escolha. ?Vai depender do lado pessoal de cada um?, finaliza o vendedor. Giselle Ulbrich

Vistoria completa

Itamar Belotto:
de olho na manutenção.

Vencida a primeira etapa, que é a escolha do modelo ideal, inicia-se a parte mais difícil e demorada da compra de um veículo usado: a procura por um automóvel em bom estado de conservação. É preciso andar, pesquisar, observar e negociar bastante. Diversos aspectos de lataria, pintura e mecânica devem ser observados.

Sobre a lataria e pintura, a primeira dica é nunca realizar a compra durante a noite ou com o carro molhado, pois essas condições escondem possíveis defeitos. Rogério Casagrande, da RC3, empresa especializada em limpeza e conservação automotiva, aconselha sempre abrir todas as portas e observar detalhes, procurando por emendas de soldas ou diferenças de pinturas em cantos mais escondidos. Outro conselho é verificar a pintura sob a luz fria, ou sob a luz do amanhecer ou cair do dia. Essas iluminações denunciam qualquer diferença na cor da pintura.

Mecânica

O mecânico Itamar Belotto, proprietário da oficina Neuspeed, dá algumas dicas para observar o estado de conservação do automóvel. ?A primeira coisa é saber se o antigo dono manteve um histórico do carro, constando batidas, manutenções preventivas, viagens, etc.?. Deve-se observar barulhos anormais no motor, escapamento e freios.

Também é importante ver se a quilometragem mostrada no painel do veículo bate com a idade do carro. ?Desconfie de carros com pedais, bancos, volantes e câmbio muitos desgastados, e que apresentam baixa quilometragem, pois muitos donos reduzem a numeração para ?maquiar? a venda?, alerta Belotto. Na parte mecânica, devem-se verificar folgas em buchas, pivôs e terminais de suspensão.

O último conselho de Belotto é sobre a procura por carros de estrada. Ele explica que carros de cidade possuem um desgaste maior. Já o veículo de estrada, segundo o mecânico, representa uma boa compra porque provavelmente estará com o motor mais ?afinado?. Longas distâncias, em velocidades constantes, ?amaciam? melhor o motor. (GU)

Prevenir é o segredo

Um carro não exige atenção do proprietário somente na hora da compra. Prevenir também é importante para a segurança do motorista e demais ocupantes do veículo, além de que, um histórico de toda a manutenção pode valorizar o carro na hora da venda. O mecânico Itamar Belotto mostra que, antes de tudo, é imprescindível ler o manual do veículo, que mostra todo o funcionamento e cuidados necessários. Ele diz que a manutenção, como ensinam os manuais, nem sempre deve seguir a regra das quilometragens, como por exemplo, troca de amortecedores a cada 60 mil quilômetros etc. ?Isso varia de acordo com a utilização de cada carro. Automóveis que ficam muito tempo parados e são pouco utilizados, podem fazer uma visita ao mecânico a cada um ano e meio. Já veículos que passam por longas jornadas de trabalho diariamente, devem fazer a revisão a partir das quilometragens determinadas?, ensina Belotto.

Ele sugere uma lista de itens que devem ser observados freqüentemente: trocas de óleo; troca de pneus e pastilhas de freio; verificação de todas as lâmpadas e faróis; calibragem de pneus, inclusive do estepe; e a manutenção do líquido de arrefecimento (radiador). (GU)

Voltar ao topo