Em novembro de 2004, o diretor superintendente da Fiat América Latina, Cledorvino Belini, afirmou durante entrevista que deu à imprensa especializada que até o fim de 2005 80% da produção da montadora sairia da fábrica de Betim (MG) com tecnologia bicombustível.
Pouco tempo atrás foi a vez do médio Stilo ganhar o logotipo ?flex? na carroceria. O modelo, que andava meio apagado no mercado, ganhou um pouco de fôlego tanto nas vendas quanto no desempenho. Ele pode ser considerado um dos carros mais avançados produzidos no Brasil. O Stilo, da Fiat Automóveis, chegou ao mercado em 2002 trazendo na bagagem equipamentos inéditos na categoria, porém acabou ganhando de presente aqui um motor 1.8 que não estava à altura do modelo.
Seu estilo não sofreu nenhuma mudança, e nem precisava. O Stilo é ainda um projeto muito novo e agora faz mais sentido com a chegada do Idea, que têm semelhança de linhas com o ?hatch?. Até então, o modelo parecia um carro à parte na linha da Fiat. Se não é um primor, o visual do carro tem virtudes que mesclam detalhes de ?hatch? com soluções de minivan. O espaço interno, principalmente no banco traseiro, é excepcional.
O seu interior remete em parte ao que é visto na linha Alfa, o que lhe dá ?status? e diferencial em relação aos concorrentes. Não faltam itens de conforto e tecnologia como o ?My Car?, que possibilita a configuração de diversos equipamentos como tempo de travamento das portas, entre outros, ar-condicionado digital individual, e ?CD player? com MP3.
Entre os itens da vasta lista de opcionais, destaques para o controladores de velocidade, da direção elétrica e de tração. O primeiro está localizado numa alavanca atrás do volante. Por intermédio desse dispositivo é possível regular uma velocidade constante para o veículo sem a necessidade de pisar no pedal do acelerador. E os botões City e TC permitem, respectivamente, que a direção elétrica fique ainda mais leve e que as rodas evitem a patinação em caso de falta de aderência.
O motorista e o passageiro também têm à disposição regulagem elétrica dos bancos (distância e encosto), sendo que o ajuste lombar, as três opções de memória e o aquecimento são exclusivos de quem está ao volante. Os bancos também contam com mesinha tipo avião e porta-copos no descanso de braço central. A versão avaliada tinha ainda teto solar panorâmico elétrico ?Sky Window?e acionamento automático. (BN)
OLHO CLÍNICO
Com a adoção do motor 1.8 8V do Idea, o Stilo ficou mais potente, passando de 103 cv , na versão oito válvulas a gasolina, para 114 cv de potência, no motor bicombustível (102 cv com gasolina). Para se ter uma idéia, o mesmo motor 1.8 Flex rende 110 cv, no Palio, e 115 cv, no recém, lançado Palio 1.8R.
No motor que equipa o Stilo 1.8 Flex, foram otimizados desde o coletor de admissão (agora de plástico), cabeçote, comando de válvulas (balancim roletado), eixo-comando, além do virabrequim e biela (fraturada), e a injeção. Para completar, o acelerador passou a ser eletrônico (?drive by wire?). Todas essas modificações tornaram o motor mais equilibrado e eficiente, o que resultou na elevação da sua potência.
A sensação é de que as mudanças proporcionaram certa agilidade ao médio, tanto na cidade quanto em trechos rodoviários, mesmo com o peso de 1.230 quilos, proporcionado pela grande quantidade de equipamentos embarcados. A calibragem da suspensão ficou macia, favorecendo o conforto.
E esse aspecto foi priorizado pela Fiat no modelo. Esse tipo de melhoria, na prática, significa mais tranqüilidade na hora de ultrapassar um veículo que trafega em velocidade máxima maior.
Segundo a montadora de Betim (MG), o Stilo 1.8 Flex acelera de 0 a 100 km/h em apenas 12 segundos. Com gasolina no tanque, o intervalo de aceleração sobe para 13 segundos. De 60 a 100 km/h, são necessários 11 segundos, e de 80 a 100 km/h, quase 7 segundos (6,93 segundos).O médio da Fiat é equipado com freios com discos ventilados e ABS.
Quanto ao consumo de combustível, o Stilo 1.8 Flex (segundo a Fiat) roda 12 quilômetros com 1 litro de gasolina em ciclo urbano, e 16,3 quilômetros, na estrada. Quando abastecido exclusivamente com álcool, o consumo sobe para 7,3 quilômetros em perímetro urbano, e 10,4 quilômetros, fora dele.
No trecho em que guiamos o veículo, pudemos constatar o ganho de performance e agilidade, além da suavidade de aceleração graças ao acelerador eletrônico. É um carro prazeroso de dirigir, exceto pelo volante elétrico que passa uma sensação artificial de esforço nas curvas, porém devo reconhecer que é uma observação pessoal. Mas em pouco tempo acabamos nos acostumando com a novidade. Ponto positivo é a infinidade de equipamentos, porém a maioria, para economizar, vai mesmo de ar analógico, trio elétrico e direção elétrica (esta de série). Talvez agora o Stilo consiga ?brigar? de igual para igual com o Astra hatch.
FICHA TÉCNICA
Motor: Dianteiro, Transversal, 4 cilindros em linha, 8 válvulas, comando simples, bicombustível
Cilindrada: 1.796 cm3
Potência: 114 cv a 5.500 rpm (com álcool)
Torque (kgfm): 18,5 a 2.800 rpm (com álcool)
Câmbio: Manual de cinco marchas
Comprimento: 4,25 m
Largura: 1,75 m
Altura: 1,54 m
Entreeixo: 2,60 m
Porta-malas: 380 litros
Peso: 1.230 kg
Suspensão: McPherson com rodas independentes, braços oscilantes em aço estampado, ligados a uma travessa auxiliar, com barra estabilizadora, na dianteira semi-independente, com travessa de torção de seção aberta e barra estabilizadora, na traseira
Freios: A disco ventilado na dianteira e tambor, na traseira, com ABS e controle de tração (TC), como opcional
Tanque: 80 litros
Preço a partir de R$ 48.800,00