Aventura motociclística até o Caribe

Uma vez formado o grupo, com Ivane (Falcon 400cc/2008), Clodoaldo (Falcon 400cc/2008) e Nélio (Yamaha XT 600cc/2004) e Mirion (Yamaha XT 600cc/2002) prossegue o relato da aventura: “Pensando nos familiares que ficariam em casa esperando, surgiu outra idéia: e se as esposas, filhos e netos fossem nos encontrar no Caribe?

A possibilidade provocou uma onda de entusiasmo tal que, no dia 23 de agosto, em Caracas, formávamos uma equipe de quinze pessoas, prontas para aproveitar as delícias da região caribenha.

A saída se deu em São Mateus do Sul no dia 5 de agosto de 2008, em uma manhã chuvosa e um pouco fria. Ivane Zacharias, Clodoaldo Goll e eu, Mirion Langaro, partimos com as despedidas de familiares e amigos e fomos encontrar o Nélio de Oliveira que nos esperava em Ponta Grossa, vindo de Curitiba.

Neste primeiro dia viajamos com chuva até Nova Esperança, onde pernoitamos na casa do professor Ademir Zacharias, irmão do Ivane. Nélio foi a Paranavaí, próxima cidade, onde encontrou seus parentes. No dia seguinte fomos até Campo Grande/MS, passando por Andradina onde as Falcon 400 do Clodoaldo e do Ivane foram revisadas.

Saindo de Campo Grande no dia 7 de agosto a minha XT 600 teve a corrente rompida na estrada, que reparamos com emendas reservas que levamos. Ainda neste dia, tivemos uma surpresa na divisa dos estados MS e MT. O Zaca (Ivane) tirava fotos no posto fiscal quando chega a Polícia Federal, que rendeu todos com armas apontadas e ordens de mãos ao alto.

Após revistas nas bagagens e exame de documentos fomos liberados, quando ficamos sabendo da ocorrência de um assalto e que os assaltantes haviam fugido em quatro motos. Acho pouco provável que assaltantes parem para fotos durante uma fuga.

Mais tarde, a cinco quilometros dali, quando abastecíamos e fazíamos um lanche, a Polícia Rodoviária chegou com três carros e examinou todos os documentos novamente.

Nos 14.000 quilometros rodados durante a viagem, foi a única fiscalização que tivemos. No dia 10 de agosto chegamos a Porto Velho/RO, tendo no caminho encontrado alguns conterrâneos e tido boas conversas com pessoas desconhecidas e que logo se tornaram amigos à primeira vista.

Em Porto Velho, as informações sobre a estrada a Manaus/AM eram desencontradas, com afirmações que passavam até caminhões e outras davam conta de uma estrada interditada para qualquer veículo. Decidimos pelo barco, que nos levou até Manaus.

Tínhamos dois dias até a partida do barco e aproveitamos para conhecer a cidade e suas histórias, principalmente a da ferrovia Madeira-Mamoré, que tantos trabalhadores vitimou ao longo de sua construção. O museu estava sendo reformado e não foi possível visitar.

A antiga oficina guarda algumas preciosidades, como locomotivas, um guindaste sobre trilhos e máquinas operatrizes de manutenção de trilhos e outros equipamentos ferroviários. Infelizmente essa parte da história está se perdendo por falta de preservação.

Algumas locomotivas estão abandonadas ao longo da estrada a poucos quilometros da cidade, com o mato tomando conta. Algumas locomotivas e guindastes estão até escondidos pela vegetação que os cobre.

Um trabalho de preservação que está sendo feito é o do Cemitério da Candelária, onde tantos operários foram sepultados, vitimados pela malária e outras doenças para as quais não haviam recursos médicos.

As caixas de água potável que abastecem a cidade, construídas em aço, estão preservadas e ainda cumprindo seu papel. Para quem tem o vírus da ferrugem, foi um dia excelente vendo máquinas que operaram naquele tempo e também alguns prédios preservados na cidade.” A foto de hoje é de uma das locomotivas utilizadas na construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. A aventura continua: não perca!

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