Aumento das despesas públicas é obstáculo ao desenvolvimento

O aumento das despesas públicas, notadamente do Governo Central, é o principal obstáculo ao projeto de desenvolvimento sustentado tão sonhado pela sociedade brasileira, segundo análise do economista Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico do Sistema Fiep. Falando a empresários, na semana passada, Schmitt lembrou que o setor público, com raras exceções (e estas nos planos estaduais e municipais) não fez praticamente nenhuma mudança estrutural nos últimos 10 ou 12 anos.

"As despesas da União são crescentes e aumentam a uma velocidade acima da do crescimento da renda. Em valores nominais, as despesas com pessoal passaram de R$ 40 bilhões em 1997 para R$ 92 bilhões em 2005; as de custeio e capital pularam de R$ 44 bilhões para R$ 111 bilhões; e o pagamento de benefícios previdenciários saltou de R$ 47 bilhões para R$.146 bilhões, também no mesmo período considerado", afirmou.

Para fazer frente a essa desmesurada conta, o governo elevou a carga tributária (de 24% para 38% do PIB no mesmo período) e, mesmo assim, continua como forte tomador de recursos financeiros no mercado, não conseguindo romper o círculo perverso de juros altos e câmbio desalinhado e anuviando o horizonte seguro e previsível requerido pelos que investem na produção.

"Se o país não agir na fonte primária dos seus problemas, que são os gastos públicos, o processo de ‘desindustrialização’ vai ocorrer", afirmou o economista. Segundo ele, isso se dará de duas formas: empurrando as empresas para a falência ou fazendo com que elas busquem ambientes mais favoráveis à produção, em outros países, que é o cenário mais desolador de todos: o da exportação das oportunidades de geração de renda e emprego para outros territórios.

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