Os auditores fiscais da Receita Federal decidiram retomar a paralisação contra a MP 258 de segunda a quinta-feira da próxima semana. De acordo com o sindicato da categoria (Unafisco), o prejuízo com a greve chega a R$ 500 milhões, pois eles deixaram de executar de 100 a 200 ações fiscais em 35 dias, desde 8 de setembro.
Cerca de 300 auditores de todo o País se reúnem em Brasília na terça-feira para tentar convencer os parlamentares a rejeitarem a MP, que deve ser votada até o dia 18. "Vão trabalhar na pressão parlamentar", diz Silvana Campos, diretora de comunicação da delegacia sindical de São Paulo do Unafisco.
De acordo com Silvana, a união das Secretarias da Receita Federal com a da Receita Previdenciária, que criou a Super-Receita, deveria ser feita por projeto de lei, permitindo o debate com a população. Os auditores acreditam que a MP facilita a utilização de recursos do orçamento da Previdência pelo governo e questionam alterações feitas pela MP que podem levar a processos judiciais.
Outro problema causado pela greve é a lentidão na liberação de cargas em portos. "Tem muita gente se queixando de morosidade no processo tanto de entrada quanto de saída de mercadorias do País", diz Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Na avaliação de Cláudio Vaz, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), uma das principais dificuldades das empresas com a greve é conseguir certidões negativas de débitos fiscais. "Muitas empresas precisam dessa certidão para contratar empréstimos em bancos oficiais ou participar de concorrências públicas."
Os técnicos da Receita também adiaram o fim da greve, prevista para terminar na segunda-feira. O sindicato da categoria informou que a greve, que já passa de 100 dias, com algumas interrupções, vai até o dia 13. (Colaborou: Marcelo Rehder)