Atendimento do banco demora e escritor dá voz de prisão a gerente no PR

O escritor Domingos Pellegrini Junior deu voz de prisão e, com a ajuda da Polícia Militar, levou à delegacia na tarde de segunda-feira o gerente de uma agência do Banco Itaú em Londrina sob a acusação de desrespeitar a lei municipal que determina 15 minutos como período máximo de permanência numa fila. Quando decidiu prender o gerente, Pellegrini estava na fila havia 28 minutos.

O gerente, cujo nome não foi revelado pela polícia, foi conduzido à 10ª. Subdivisão Policial, de onde foi liberado sem que fosse lavrado o termo de flagrante. O delegado-adjunto Nelson Áquila alegou hoje (11) não ter encontrado base legal para prender o gerente que, na opinião do policial, pode ter cometido uma infração administrativa e não um crime.

Pellegrini invocou o Código Penal que, segundo ele, autoriza qualquer pessoa a prender outra que estiver cometendo um crime. Segundo o escritor, ele avisou em voz alta, ao iniciar sua permanência na fila, que contaria o tempo de permanência e, mesmo assim, o gerente desprezou o seu alerta. A atitude do gerente, segundo ele, caracteriza "negligência ou desconhecimento da lei".

O episódio, comentou Pellegrini, deve servir de exemplo para os usuários de bancos, que, na sua opinião, são desrespeitados pelos bancos. "As filas são grandes, os lucros dos bancos são bilionários e eles não contratam novos funcionários", acusou.

O coordenador do Procon de Londrina, Gerson da Silva, discorda da atitude de Pellegrini. O escritor o procurou por telefone durante o episódio, mas Silva disse não tê-lo atendido por estar em uma reunião. Segundo ele, a lei municipal determina o prazo de 15 minutos como limite de permanência em filas de bancos, mas abre exceção para os dias de pico, quando a tolerância é estendida para 30 minutos. "Ontem (segunda-feira) era dia de pico", afirmou.

Para o coordenador do Procon, mesmo que tivesse violado a lei municipal, o gerente não deveria ter sido conduzido à delegacia pois estaria sujeito a uma penalidade administrativa. Nesse caso, a empresa poderia ser multada entre R$ 212 e R$ 3,1 milhões.

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