Atenção na relação pais e filhos pode evitar problemas com álcool

Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), com estudantes de ensino médio e fundamental do Sul do país, revelou que o uso de álcool entre crianças e adolescentes interfere diretamente no relacionamento entre pais e filhos. Os dados comprovam que o consumo ou não de álcool tem relação direta com o convívio familiar. ?Não existem regras de como educar um filho, porém é necessária uma preocupação para estabelecer um contato adequado?, segundo a coordenadora antidrogas Cleuza Canan, da Secretaria da Justiça e da Cidadania.

Cleuza explica que é fundamental que se encontre um equilíbrio entre o pai liberal e o autoritário. Em ambos os casos a pesquisa aponta aumento no consumo de bebidas alcoólicas. ?O pai boa praça não é o modelo ideal, ele divide demais com o filho questões que ainda não são de sua competência. O jovem não tem maturidade suficiente para compartilhar determinados assuntos com os pais. O mito de que é melhor aprender a beber em casa do que com os amigos não é verdade, pois quando o adolescente não tem limites, a tendência é fazer um uso abusivo de álcool ao estar entre amigos?, comenta a coordenadora.

Limites

Psicóloga na área de dependência química, Cleuza diz que o ideal é que sejam estabelecidas regras do que é permitido ou não em cada idade. ?Deve-se dizer sim quando pode e não quando necessário?, explica. ?Os pais podem permitir tudo o que não interfira na sobrevivência, e negar o que pode comprometê-la, como dirigir antes da maioridade, ir a festas noturnas antes da idade adequada ou até permitir que o filho consuma bebidas alcoólicas antes dos 18 anos?, conclui.

Cleuza formula algumas dicas para que pais previnam o uso do álcool: não permitir a presença da bebida em festas infantis ou de adolescentes, nem deixar que os filhos experimentem bebidas alcoólicas, seja qual for a circunstância. ?Alguns pais têm o costume de dar espuminha da cerveja à criança?, exemplifica. ?É de extremo risco o uso de bebida ou demais drogas pelos pais na presença dos filhos?, alerta.

A psicóloga também alerta que para manter um bom relacionamento é essencial que os pais estejam atentos à saúde dos filhos, que acompanhem suas atividades escolares, incentivem-nos ao esporte, escutem sempre o que o filho tem a dizer e tente achar juntos, uma solução. ?É importante levantar a auto-estima da criança, elogiar, dar afeto e oportunidade, e, além disso, definir bem os papéis?, aconselha a psicóloga.

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