Associação avalia que acordo Brasil-China na área têxtil foi positivo

São Paulo ? O diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, afirmou, por meio de nota oficial, que considerou positivo o acordo, assinado, ontem (9), em Pequim entre autoridades do Brasil e da China. Esse acordo entrará em vigor nos próximos 30 dias e até 2008 servirá para impor limites na entrada de produtos têxteis e de confecções chineses no Brasil de oito grupos alcançando 70 itens.

Na avaliação de Fernando Pimentel, uma das grandes vantagens é que a nova regra comercial não impede o recurso de salvaguardas. "O acordo não foi o ideal, mas consideramos positivo uma vez que atendeu oito categorias de produtos que sofreram fortemente com as importações chinesas no último ano", disse o representante da Abit.

Outro ponto importante, segundo ele, é que o texto também não elimina a possibilidade de uso de salvaguardas. "A qualquer momento, para todas as demais categorias não atendidas neste acordo. É preciso destacar a atuação competente da equipe de técnicos chefiada pelo secretário Ivan Ramalho, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior."

A rapidez na implantação das restrições também foi outro aspecto citado por Pimentel. Para ele, o curto espaço de tempo evita "uma conseqüente corrida de embarques". Ainda na nota, ele destaca a necessidade de se criar uma política industrial e tributária com a ressalva de que o acordo é provisório. Entre os itens inseridos na medida, estão tecidos de seda, filamento de poliéster texturizado, tecidos sintéticos, veludo, camisas de malha, suéteres, jaquetas e bordados.

Para o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo (Sinditêxtil), Rafael Cervone, "foi sem dúvida, uma conquista do setor e do Brasil. Nós não conseguimos cem por cento do que gostaríamos, mas o essencial foi atendido".

Ele também apontou, como resultado favorável, a abertura do instrumento de salvaguardas para o caso dos produtos que ficaram de fora desse acordo. Defendeu ainda mecanismos para garantir a competitividade do setor com a observação de que o acordo é temporário, vai até 2008.

"Precisamos que o governo acelere as mudanças na política de juros, de câmbio, invista em logística e desonere a produção com tantos tributos, pois esses gargalos tiram a competitividade da nossa indústria", afirmou.

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