Assessores de Abbas mantêm conversas com líder do Hamas

Assessores do presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, do partido Fatah, mantiveram conversas secretas com o líder exilado do Hamas na Síria, Khaled Mashaal, sobre preparações da visita de Abbas a Damasco, segundo informações de militares divulgadas neste sábado.

O deputado e alto membro do Hamas em exílio, Moussa Abu Marzouk, disse que a visita é esperada para o início da próxima semana. Marzouk também disse que Abbas irá se encontrar com parlamentares sírios. "Espero que os encontros (de Abbas) em Damasco sejam construtivos e ajudem a resolver os problemas que levaram à quebra de diálogos no passado", disse o deputado à Associated Press.

Na entrevista, Marzouk disse que a recente visita do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert ao Egito, para as mediações para a liberação do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por militantes do Hamas em Gaza, em 25 de junho de 2006, foi frustrante. O Egito tem tentado chegar a um acordo para soltarem o soldado. Na visita, Olmert deixou para o presidente do Egito, Hosni Mubarak, que Israel estava pronto para se encontrar com Abbas, mas rejeitaria negociar com o Hamas – grupo islâmico que controla a parlamento palestino e prega a destruição de Israel.

"Houve um progresso com a mediação do Egito, mas durante a vista Olmert deu alguns passos para trás", opiniou Marzouk.

Marzouk acredita que as conversas entre mediadores do Hamas e do Fatah podem levar à construção de um governo único, e disse que as conversas devem ser concluídas nos próximos dias. Hamas e Fatah fizeram diversas tentativas nos últimos meses para formar uma coalizão, mas as negociações fracassaram por conta de divergências em programas políticos.

Hamas negou as demandas internacionais de que qualquer governo palestino reconheça Israel, renunciando à violência e aceitando a existência de acordos de paz.

Conflitando com o Hamas, Abbas convocou no último mês eleições presidenciais e parlamentar antecipadas, alegando que o grupo islâmico falhou e não proveu serviços básicos à população palestina.

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