Assessor de Ciro pode ter recebido dinheiro de caixa dois em Curitiba

O primeiro-secretário nacional do PTB e um dos coordenadores da campanha presidencial de Ciro Gomes, Emerson Palmieri, é um dos nomes citados na investigação que a Polícia Federal faz sobre a existência de um caixa dois na campanha de reeleição do prefeito de Curitiba Cassio Taniguchi (PFL), em 2000. Em duas retiradas de dinheiro registradas em um livro-caixa, um dos principais documentos da possível irregularidade, ele teria recebido R$ 560 mil. Apesar de o Ministério Público do Paraná ter apontado evidências que comprovariam o caixa-dois de Taniguchi, o processo ainda está sob investigação da Polícia Federal, que deve entregar à Justiça Eleitoral um relatório, ainda que preliminar, no fim do mês. A PF evita falar sobre seu trabalho até que esteja concluído.  O PFL declarou à Justiça Eleitoral ter gasto pouco mais de R$ 3 1 milhões na campanha eleitoral de 2000. Mas documentos de um caixa paralelo apontam que teriam sido gastos mais de R$ 32,9 milhões. O livro com a movimentação paralela foi entregue ao Ministério Público pelo ex-tesoureiro da campanha de Taniguchi, Francisco Paladino Júnior. Em depoimento, ele confirmou a autenticidade da documentação.  Muitas cópias de recibo e de cheques também foram entregues. Eles se somam a depoimentos de dezenas de pessoas num inquérito composto por pelo menos 12 volumes. Numa das poucas vezes em que comentou o caso, o delegado da PF, Hugo Martins, admitiu que ?em tese, está configurado o crime eleitoral?. No entanto, poucos documentos são originais, o que dificulta o trabalho.

O livro com o movimento do caixa mostra uma primeira retirada feita por Palmieri no dia 10 de agosto de 200, no valor de R$ 360 mil.

Quase um mês depois, em 4 de setembro, foi registrado uma outra retirada. Apesar de a cópia do livro trazer uma rasura, pode-se deduzir que se trata de R$ 200 mil. Não há explicação sobre a destinação do dinheiro, mas provavelmente teria sido utilizado para ajudar na campanha dos vereadores do PTB, que fazia parte da coligação que elegeu Taniguchi e tinha Palmieri na presidência regional.

Além de Palmieri, dezenas de outros nomes de políticos paranaenses aparecem na lista de pessoas que receberam dinheiro. A coligação que elegeu o prefeito contava com 13 partidos: PFL/PL/PPB/PRN/PRP/PSB/PSC/PSD/PSL/PST/PT do B/PTB e PTN.  O presidente do PT municipal de Curitiba, Roberto Salomão, disse hoje que a preocupação do partido é com a contabilidade. Segundo ele, o que importa é saber se receberam dinheiro, onde utilizaram e se prestaram contas ao Tribunal Regional Eleitoral. Segundo o PT, o que importa saber também é a origem do dinheiro.

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