Argentina julgará ex-capitão por tortura durante ditadura

O ex-capitão Alfredo Astiz, conhecido como "Anjo Loiro", um dos mais famosos torturadores da última ditadura militar argentina (1976-83), sentará no banco dos réus para julgamento público pelo seqüestro, tortura e assassinato, em dezembro de 1977, das freiras francesas Leonie Duquet e Alice Dumont, em Buenos Aires. O juiz federal Sérgio Torres encerrou a investigação esta semana e convocou o julgamento do ex-capitão. Astiz deve ser levado a júri em 2010. Por seus delitos, a Justiça pode condená-lo à prisão perpétua.

Astiz, atualmente com 56 anos, será julgado junto com outros 12 ex-torturadores que trabalhavam com ele na Escola de Mecânica da Marinha (ESMA), o maior centro de detenção e tortura do regime militar. Na seqüência desse julgamento, Astiz deve sentar no banco dos réus novamente para responder sobre a acusação da morte de outras oito pessoas seqüestradas junto com as freiras. Nesse grupo estava Azucena Villaflor, a fundadora do grupo de defesa dos direitos humanos das Mães da Praça de Maio.

Na década de 1980, Astiz foi julgado e condenado por seus crimes mas recuperou a liberdade graças às "Leis de Perdão" aos militares. No entanto, na França ele foi condenado à revelia a prisão perpétua pelas mortes das freiras, e tribunais suecos requerem sua extradição, bem como as Justiças da Espanha e da Itália.

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