Aprovação de relatório é sentimento de “dever cumprido”, diz Biscaia

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que a aprovação do relatório traz uma sensação de ?dever cumprido?.

"Aquilo que muitos imaginavam ser impossível e outros fizeram tudo para impedir que se concretizasse se tornou realidade. Em menos de 60 dias uma investigação no campo parlamentar chegou a resultados concretos. E apontou aqueles parlamentares envolvidos no esquema?, afirmou.

A CPI foi instalada em 22 de junho para investigar a compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento. O relatório sugeriu o encaminhado ao Conselho de Ética do nome de 72 parlamentares que estariam envolvidos no esquema criminoso. ?Daqui para frente a responsabilidade será da Câmara e do Senado em agilizar processos de cassação?, afirmou.

Dos 90 parlamentares notificados, a comissão não encontrou provas de envolvimento no esquema criminoso de 18 parlamentares. ?Os que foram inocentados não devem ser incomodados?, acredita o sub-relator deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

Segundo ele, o julgamento político é diferente do criminal. Explicou por exemplo, que se o parlamentar participou de reunião para discutir o recebimento de propina, apresentação de emenda, mas não recebeu dinheiro no final, poderá ficar livre da justiça comum, mas não na questão política. ?A existência da reunião é um fato que nos dá a possibilidade de pedir a cassação por quebra de decoro parlamentar?, afirmou.

O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que a aprovação do relatório é uma conquista coletiva. ?A decência venceu a corrupção?, ressaltou. Ele pediu que os partidos não aceitem em seus quadros corruptos e aos eleitores atenção na hora do voto. ?Não vote em Sanguessuga, não vote em mensaleiro?.

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), disse que o relatório é um instrumento para esclarecer a sociedade quem é culpado e inocente e ajudar nas eleições. "Esse relatório serve também como preliminar para que a sociedade saiba quem são os responsabilizados por provas materiais para saber se vota ou não neles. Cabe a sociedade decidir", observou.

Tuma defendeu que em muitos casos, mesmo diante das provas apresentadas pela CPI, aprofundar as investigações nos Conselhos de Ética com a quebra de sigilos bancários dos investigados. "Em muitos casos têm que quebrar os sigilos em razão de ter acusações de dar dinheiro, mas não aparece em lugar nenhum esse depósito, essa movimentação financeira."

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