Anfavea atribui queda no setor automobílistico ao ”efeito Copa”

São Paulo – A queda na produção, nas vendas e nas exportações do setor automobilístico brasileiro deve-se ao chamado "efeito Copa". A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogélio Golfarb.

Ele disse que, em junho, nos dias em que a seleção brasileira jogou, houve queda de 9,6% no número de veículos licenciados. A produção que também caiu (6,7%) e teve esse resultado devido a uma combinação do "efeito Copa" com a redução das exportações.

Apesar disso, Golfarb afirmou que a tendência normal das vendas é de crescimento, devido à redução da taxa de juros e ao aumento do crédito. Para ele, o crescimento das vendas deverá chegar a 7,1% no ano. A Anfavea manteve as projeções para a produção de veículos, com crescimento de 4,5% em 2006. Para as exportações, as projeções foram mantidas em 5,5%.

Mesmo assim, Golfarb salientou que as exportações são o que mais preocupa o setor, já que apresentaram queda de 7,2% em junho. Em valores, a queda foi de 10,3%. Em maio, foram exportados US$ 791.291 contra US$ 1.058.270 no mês anterior. Com relação a junho de 2005, a queda foi de 7%. "Neste mês houve uma redução mais significativa das exportações".

De acordo com o presidente da Anfavea, a queda das exportações está diretamente ligada ao câmbio. Ele disse que, ao verificar os números do semestre em valores, constata-se aumento de 5,5%, mas que no volume de unidades houve queda de 3,7%. "Esse é um número que nos preocupa, porque o que as empresas estão fazendo para reagir à questão cambial é aumentar seus preços na exportação. E o resultado é a redução do volume de produção dedicada às exportações".

Golfarb destacou que o setor de caminhões teve redução de 12% nas vendas, com 5.800 unidades licenciadas em junho. Comparado ao mesmo período do ano passado, houve queda de 20%. "O setor de caminhões, que é fundamental para a eficiência logística, porque o Brasil ainda é basicamente rodoviário, tem um impacto muito grande".

Além desses números serem ruins para as empresas que vendem caminhões, são ruins para a logística, porque a média de idade da frota é de 18 anos, disse ele. "Com esse nível de vendas de caminhões novos, essa media não tende a melhorar, e sim a piorar", concluiu.

Voltar ao topo