Alemanha tranquila às vésperas de estreia contra a Austrália

John Macdougall/AFP

Grande favorita do Grupo D, a Alemanha tem no domingo uma estreia teoricamente tranquila contra a equipe mais fraca da chave, a Austrália. A bola começa a rolar às 15h30 no horário de Brasília, enquanto Sérvia e Gana entram em campo às 11h, em jogo mais equilibrado.

Desde o sorteio em dezembro, na Cidade do Cabo, os tricampeões mundiais logo aparecem como favoritos inquestionáveis no grupo, ao mesmo tempo em que caberia à Austrália repetir a atuação de 2006.

No último Mundial, os Aussies, sob o comando do holandês Guus Hiddink, chegou às oitavas-de-final e deixou em apuros a Itália, futura campeã, que só suspirou aliviada na prorrogação.

Os australianos, que no sábado o goleiro Brad Jones da lista dos 23, por razões familiares, vão encarar uma Alemanha que chega com o moral nas nuvens, depois de passear nos amistosos de preparação: Malta (4-0), Hungria (3-0) e Bósnia (3-1).

“É a melhor formação da seleção em que eu já joguei”, disse o defesa Philipp Lahm, que chegou à final de 2002 com a Manschaft, em terceiro no Mundial que receberia quatro anos depois e vice-campeão europeu em 2008.

Assistente de Jurgen Klinsmann em 2006, Joachim Löw estreia como técnico em Copas sem Michael Ballack, um dos vários que ficaram fora, mas com um time cheio de estrelas, entre elas Miroslav Klose, artilheiro em 2006.

“Será um jogo difícil. A Austrália não é uma seleção espetacular, mas tem uma defesa que chega perto da perfeição”, disse Löw, na tentativa de abafar o clima de “já ganhou” que invadiu a imprensa alemã, que dá como dita e certa a vitória em Durban.

A equipe australiana está consciente das perspectivas com que chega à África do Sul, mas a estrela maior desta seleção, Tim Cahill, com a bagagem que já acumulou no Everton inglês, espera que a estreia seja um divisor de águas.

“Todo o mundo vê a Alemanha ir longe. Melhor para a gente, pois assim não temos nada a perder”, disse, rindo.

O Grupo D também tem Sérvia e Gana amanhã, um jogo certamente mais equilibrado mas relativamente importante, pois tende a abrir os caminhos para os alemães chegarem às oitavas.

Os africanos estreiam sem Michael Essien, uma das grandes baixas deste Mundial por causa de lesões, e terão que cortar um dobrado para fazer essa falta servir o menos possível aos sérvios que, graças ao técnico Radomir Antic, tornaram-se uma equipe relativamente temida.

“O mais importante é nos classificar para as oitavas-de-final. Temos a fama de ser uma equipe que começa os jogos em ritmo devagar, mas estamos preparados”, disse o técnico de Gana, ironicamente o sérvio Milovan Rajevac.

Entre os sérvios, Dejan Stankovic chega à África do Sul com um recorde nada convencional: já defendeu três seleções, por conta de questões geopolíticas (Iugoslávia na França de 1998 e Sérvia e Montenegro na Alemanha de 2006).

Antic e Rajevac estão mais do que conscientes da importância de garantir os três pontos, que facilitariam muito a luta por uma vaga nas oitavas, exatamente o contrário dos efeitos de uma derrota em Pretória.