Agricultores querem aumento de 50% no financiamento da safra 2007/2008

Brasília – O Ministério da Agricultura recebeu nesta quarta-feira (25) uma proposta elaborada por entidades ligadas à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reivindicando R$ 90 bilhões para financiamento da safra 2007/2008. Atualmente, o governo tem previsto R$ 60 bilhões em seu orçamento. Os agricultores tmbém pedem flexibilidade das garantias bancárias aos produtores rurais e redução da taxa de juros dos empréstimos de 8,75% para 4,5% ao ano.

"Nós precisamos concertar o setor", argumenta um dos vice-presidentes da CNA, Macel Caixeta. Segundo ele, o cenário é de retomada, já que as duas últimas safras passaram por momentos de crise com problemas climáticos e redução da rentabilidade. "Quando o governo entender, que a agricultura e a pecuária são prioritários para o desenvolvimento do país, logicamente nós teremos condições de dobrar a produção agrícola brasileira e daqui a alguns anos ser o maior produtor mundial de alimentos?.

O superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta, considera que a crise aumentou o risco do produtor junto aos bancos. Isso provocou a renegociação e prorrogação dos vencimentos das dívidas que seriam pagas. ?Essa situação fez com que o produtor estourasse o seu limite de crédito junto aos bancos e também o limite de garantias bancárias?.

Para Cotta, o desafio agora é atuar para resolução das dívidas a médio prazo, ampliar os limites dos financiamentos e flexibilizar as exigências de garantias bancárias. Segundo ele, o endividamento e as exigências para o uso do crédito rural oficial levaram os produtores a buscar financiamento no setor privado, o que provocou uma sobra de R$ 2 bilhões na safra passada.

"Como não se tem crédito governamental para se pedir, em função da questão de limite, o produtor está dependendo cada vez mais de empréstimos junto a empresas privadas e se endividando com os fornecedores de insumos e fertilizantes?, disse Cotta.

Outra proposta apresentada foi a de redução da taxa de juros, dos 8,75% para 4,5%. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Crédito Rural da CNA, Carlos Sperotto, a taxa atual foi negociada quando a Selic era 27%. ?Hoje ela está em 12,5% e nós estamos aí, a pagar os mesmos 8,75% .Estamos competindo com uma taxa de mercado e isso o setor não pode suportar. Esta taxa precisa ser revista?, apontou. Uma das idéias é que seja criado um mecanismo automático que acompanhe e altere as taxas acompanhando as duas taxas de mercado: Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e taxa de Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic).

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