Agentes não serão indiciados pela morte de Jean Charles

Os policiais britânicos que mataram a tiros o brasileiro Jean Charles de Menezes no metrô de Londres ao confundirem um homem inocente com um "terrorista" não serão levados à justiça, anunciaram hoje promotores. Apesar disso, o departamento da Polícia Metropolitana de Londres, onde estão lotados os agentes, será denunciado por violação das normas de saúde e segurança, revelaram fontes na promotoria britânica sem entrar em detalhes

Stephen O’Doherty, advogado da divisão penal especial da promotoria, responsável por analisar as provas e determinar se há indícios suficientes para a abertura de um processo, avaliou que não existiam perspectivas reais de condenação dos assassinos de Jean Charles

"Concluí que, apesar de diversos indivíduos terem cometido erros de planejamento e comunicação que redundaram na trágica morte do senhor Menezes, nenhum indivíduo tinha culpa suficiente ao ponto de constituir um delito penal", declarou

"Os agentes que dispararam os tiros fatais o fizeram por acreditar que o senhor Menezes era um militante suicida e que, se não o matassem, ele provocaria uma explosão no trem que mataria muita gente", prosseguiu. O’Doherty apenas leu uma declaração à imprensa. Ele recusou-se a responder a perguntas dos jornalistas. Asad Rehman, porta-voz do grupo "Justiça para Jean", disse que a família ficaria "muito decepcionada se nenhum agente pagasse por suas ações".

Jean Charles de Menezes, de 27 anos, foi morto pela polícia britânica no interior do metrô de Londres em 22 de julho do ano passado. Duas semanas antes, quatro homens-bomba promoveram atentados suicidas que provocaram a morte de mais 52 pessoas em três estações de metrô e um ônibus na capital britânica

Um dia antes da morte de Jean Charles houve uma tentativa fracassada de novos atentados contra Londres. A polícia, que mais tarde pediu desculpas pelo erro, alegou ter confundido Jean Charles com um dos suspeitos dos atentados fracassados do dia anterior à morte do brasileiro

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