Aeronáutica não quer mais controladores de vôos

Apesar de integrantes do governo terem ficado aliviados com o acordo feito com os controladores de vôo em Brasília, encerrando a greve que paralisou todo o sistema de tráfego aéreo do País por cinco horas, militares advertem que este é apenas o começo de um longo e tortuoso caminho. A maior preocupação dos militares agora é com o efeito cascata que a decisão de não punir os amotinados poderá ter não só na própria Aeronáutica, como nas demais Forças.

Eles lembram que na FAB, por exemplo, existem outros sargentos que trabalham para o tráfego aéreo e não são controladores. Estes, responsáveis pela manutenção de rádios e radares, certamente não vão aceitar ver outros serem beneficiados, sem que eles também sejam contemplados. Há um temor também da forte reação que os militares da reserva já prometem.

Para o Alto Comando da Aeronáutica, os controladores não são mais desejados na FAB. Se depender de seu desejo, o que fica são os equipamentos usados no controle do tráfego, para assegurar a proteção do espaço aéreo. A reunião de cúpula, realizada ontem, dois dias depois do episódio que provocou o desgaste interno do brigadeiro Juniti Saito Saito, suscitou muitos boatos. Um deles, de que o comandante iria pedir demissão – ou que todo o Alto Comando se afastaria em represália à ordem de Lula. A pedido do Planalto, o ministro da Defesa, Waldir Pires, ligou para o Saito para se informar. O brigadeiro negou que estivesse demissionário.

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