Advogados querem levar Suzane von Richthofen para outro endereço

Suzane von Richthofen está de malas prontas mais uma vez. Os advogados de defesa protocolaram ontem um pedido para que ela cumpra a prisão domiciliar em um outro endereço, na Aclimação, e não mais no escritório do protetor, Denivaldo Barni, na Vila Mariana. O juiz do caso, Alberto Anderson Filho, permitiu a transferência

Anderson também solicitou ontem ao juiz-corregedor dos presídios Carlos Fonseca Monnerat, que os irmãos Cravinhos continuem presos na Capital até o dia 17 de julho, para facilitar o contato deles com os advogados. Monnerat autorizou, mas pediu que a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informasse se não havia risco mantê-los aqui. Até às 19h30 de ontem, a SAP não havia sido notificada oficialmente do despacho

Ontem, um novo pedido de habeas-corpus em favor de Suzane foi protocolado. Mas, de acordo com os advogados da jovem, a iniciativa não foi da defesa. O advogado Paulo José Sperandio Cano Galhardo, que não representa Suzane, entrou com um habeas-corpus em favor da jovem argumentando que ela tem uma espécie de retardo mental chamado oligofrenia e, por isso, o processo criminal a que responde pelo assassinato dos pais deveria ser suspenso até que ela fosse avaliada mentalmente. Ele impetrou o recurso no domingo, com pedido de liminar, para tentar impedir o júri de ontem

Galhardo, que se diz muito temente a Deus, afirmou que quer evitar uma injustiça. "Ela pode ser uma pessoa doente, que não tem noção da gravidade do que cometeu." Para o advogado, a jovem tem reações estranhas. Um exemplo é o comportamento infantil de Suzane exibido em abril pelo programa Fantástico, da Rede Globo

A pessoa que sofre de oligofrenia teve o desenvolvimento cognitivo interrompido. Sua inteligência parou de se desenvolver. Por isso, ela não consegue tomar decisões por conta própria e acaba se tornando extremamente dependente de outras pessoas, segundo o psicólogo Antônio de Pádua Serafim, coordenador do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Mas uma pessoa que estudou Direito não pode ter retardo mental. Pode ter imaturidade emocional, mas não imaturidade cognitiva." Um dos advogados de Suzane, Mauro Nacif, disse que sua cliente é "superequilibrada. Maluco é ele (o advogado). Isso será arquivado.

Voltar ao topo