Adiada discussão sobre sanções da ONU contra o Irã

As negociações sobre as eventuais sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã por causa do polêmico programa nuclear desenvolvido pelo país asiático foram abruptamente interrompidas nesta madrugada depois que os Estados Unidos propuseram um debate sobre a greve de fome de um líder de oposição da Bielo-Rússia, irritando a delegação russa, que retirou-se do recinto.

A discussão sobre a questão da Bielo-Rússia não estava na pauta da sessão do Conselho de Segurança (CS) da ONU. O embaixador russo nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, protestou veementemente quando o diplomata americano William Brencick mencionou a greve de fome de 54 dias encerrada ontem pelo ex-candidato de oposição à Presidência da Bielo-Rússia Alexander Kozulin, disseram participantes.

Pouco depois do incidente, os cinco membros permanentes do CS da ONU – China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia – deveriam debater junto à Alemanha as emendas apresentadas por Moscou a uma proposta de resolução apresentada pela União Européia (UE) para tratar da questão do programa nuclear iraniano. Mas o desentendimento entre Washington e Moscou por causa da apresentação de um tema sensível que não estava na pauta provocou o cancelamento da reunião por tempo indeterminado.

"Não era o momento adequado para que os Estados Unidos abordassem" o assunto, comentou Emyr Jones Parry, embaixador da Grã-Bretanha na ONU. Os países europeus apresentaram na sexta-feira um rascunho de resolução com o objetivo de obter o apoio de Pequim e de Moscou às sanções.

Depois de uma reunião realizada segunda-feira, Churkin manifestou-se satisfeito com o andamento das discussões e comentou que restavam apenas alguns detalhes a serem ajustados. Uma fonte na diplomacia americana insistiu hoje que Washington considerava importante discutir a greve de fome de Kozulin, apesar de o tema não ter sido colocado na pauta da reunião.

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