Ações integradas vão monitorar bancos de leite materno do país

Rio – O trabalho dos 188 bancos de leite humano do país terão três novos recursos desenvolvidos pelo Ministério da Saúde para garantir a qualidade do serviço. As ações, que integram o Programa Nacional de Qualidade em Bancos de Leite Humano, estão sendo lançadas na reunião de centros de referência do setor, que ocorrem na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

As medidas incluem a implementação de produtos que vão monitorar com mais rigor o controle de qualidade dos bancos. Os testes, desenvolvidos a partir de teses de mestrado e doutorado na Fiocruz, serão feitos por meio de kits enviados aos bancos. Essas unidades vão preencher procedimentos determinados que serão devolvidos ao Ministério da Saúde, a quem caberá monitorar a eficiência dos serviços prestados.

?Isso é inédito não só no Brasil como no mundo. Estamos trabalhando nisso desde o ano passado. E todos os países signatários da Carta de Brasília, firmada em 2005 para a construção da Rede Latino-Americana de Bancos de Leite Humano, já demonstraram interesse em adotar essa tecnologia?, disse o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, João Aprígio.

Os bancos de leite também serão interligados a um sistema que vai possibilitar a certificação de qualidade das unidades da rede brasileira. A expectativa é que a interligação esteja concluída neste final de semana. O sistema, desenvolvido em software livre, foi feito a partir de um consórcio entre o Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) e a Fiocruz.

Por fim, está sendo lançado o Portal da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, que deve contribuir para a eficiência do trabalho por meio da qualificação de recursos humanos, da troca de informações entre os bancos e do acompanhamento via internet do funcionamento das unidades.

Segundo Aprígio, a criação de bancos de leite humano no Brasil começou em 1985. ?Hoje, se somarmos todos os que existem no mundo, não dá a metade do que nós temos?. 

Ele diz que, em 2000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elegeu a rede brasileira como a que mais contribuiu para a redução da mortalidade infantil na década de 90, dentre todos os países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU).

Aprígio afirma ainda que, em 2004, 90 mil mulheres doaram 160 mil litros de leite, que foram capazes de atender 120 mil crianças internadas em unidades de terapia pré-natal.

A estimativa, de acordo com Aprígio, é que os bancos atendam anualmente cerca de 1,1 milhão de mulheres com problemas de amamentação e que precisam de ajuda assistencial e de tratamento adequado.

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