Abinee cobra elevação de imposto sobre importações

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, disse hoje que as medidas que compõem o Plano Brasil Maior de Política Industrial são bem-vindas, mas que sentiu falta de ações no sentido de elevar a alíquota do Imposto sobre Importações (II). “As medidas vão ajudar, mas não serão a salvação da lavoura. Eu não vi, por exemplo nada no sentido de elevar o imposto sobre as importações”, reclama Barbato, que estava em Brasília acompanhando o anúncio do governo.

De acordo com o executivo, o pacote não é completo porque ele se apresenta na forma de um remédio para combater um problema que já está aí, que é o câmbio. “O aumento do imposto sobre importações seria interessante porque temos produtos que estão sendo altamente prejudicados pelos concorrentes importados”, afirma. Ele diz não entender o porquê de o governo não elevar a alíquota do Imposto sobre Importações de alguns produtos quando a Organização Mundial do Comércio (OMC) permite que, em casos extremos, o imposto seja elevado para até 35%.

“No Brasil, alíquota máxima é aplicada apenas sobre as importações de automóveis”, diz o presidente da Abinee, dando como exemplo de produtos afetados pela concorrência dos importados os transformadores de distribuição de energia, disjuntores e isolantes. Estes produtos, de acordo com Barbato estão sendo muito prejudicados pelos concorrentes indianos e chineses e alíquota do imposto incidente sobre as importações fica entre 12% e 16%.

Déficit comercial

As medidas na nova política industrial poderão diminuir a estimativa de déficit comercial do setor têxtil e de confecção. “Quem sabe, (as medidas) poderão reduzir o déficit comercial, projetado de US$ 5 bilhões para este ano, se forem implementadas urgentemente”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho.

No primeiro semestre deste ano, o setor apresentou um déficit comercial de US$ 2,26 bilhões, valor 43,2% superior ao do mesmo período de 2010. As importações no período cresceram 31,7%, somando US$ 2,966 bilhões, enquanto as exportações subiram 4,7%, para US$ 706,3 milhões. As informações foram compiladas pela Abit com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior.

Para Diniz Filho, as medidas de defesa comercial e de desoneração da folha de pagamento são importantes para resgatar a competitividade da indústria nacional. “Vimos uma disponibilidade da presidente Dilma em ajudar o setor a não entregar mais o nosso mercado interno de forma ingênua aos produtos importados. Agora, vamos gerar mais empregos para o Brasil, e não para a China”, afirmou. Segundo o dirigente, o setor têxtil e de confecção emprega, de forma direta, 1,7 milhão de pessoas e de forma indireta, 8 milhões de trabalhadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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