A escolha de Hillary

Ela se preparou toda a vida para ser presidente dos Estados Unidos. Hoje, ela se vê na difícil situação de ser pressionada a aceitar uma posição de candidata à vice-presidência. E não se imagina Hillary Clinton pressionada muito menos admitindo uma derrota cada vez mais certa.

Após quatro meses de primárias do Partido Democrata, Hillary está em uma situação delicada. Perdeu as últimas prévias para Barack Obama, que tem sua posição de candidato confirmada por vários analistas políticos. Seu estilo messiânico conquistou jovens, latinos, negros e até mesmo as mulheres, que eram o público principal da ex-primeira-dama.

E é este o ?posto? que Hillary pretendia afastar de sua biografia. Aluna brilhante na universidade, advogada de respeito, política a vida toda, ela casou-se com um (palavras dela nos tempos de faculdade) ?caipirão?. Bill, o marido capirão, virou político, governador do Arkansas e depois presidente dos Estados Unidos por dois mandatos, donde saiu com fama de estadista e com a mancha de uma relação extraconjugal com Monica Lewinsky.

Hillary sofreu nos oito anos em que Bill foi presidente. Além de se ver obscurecida pelo marido que todos sabiam que sofria grande ascendência da esposa, ainda posou de mulher sofrida quando da descoberta do caso dele com Monica. Não era o que ela pensou quando era uma jovem sonhadora.

Ela queria ser ?a presidente dos Estados Unidos?, isso quando pensar nesta hipótese era quase uma heresia. Depois dos mandatos de Bill, ela parecia pronta para o cargo.

A eleição para senadora pelo Estado de Nova York mostrou que ela estava no caminho certo. As prévias dos institutos de opinião até o ano passado colocavam-na como favorita.

Mas chegou Barack Obama. E a irresistível sensação de ver um negro ocupando o cargo mais importante do planeta está suplantando o fato histórico de vermos uma mulher como presidente. Pior Hillary, do alto de seu orgulho, pode ter que se ?sujeitar? a ser candidata a vice do próprio destino.

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