2004 foi ano estratégico para arranjos produtivos locais no Paraná

O Paraná fechou 2004 com a inclusão de dois Arranjos Produtivos Locais (APL’s) entre as prioridades do governo federal. Com a criação de um APL de base mineral no Estado a partir deste ano, o Ministério das Minas e Energia deve inseri-lo em sua política pública de ações.

Incluindo a Região Metropolitana de Curitiba e as regiões de Ponta Grossa, Castro e Campo Largo, o chamado Arranjo Produtivo Local de Cal e Calcário do Paraná deverá receber, através da Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, da Mineropar e demais sindicatos do segmento, uma análise e perfil econômico para posterior avaliação técnica do Ministério.

Em setembro passado, o APL de Bonés de Apucarana foi incluído pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior entre os 11 projetos pilotos de âmbito nacional, para a resolução de problemas técnico gerenciais e tecnológicos voltados ao aumento da competitividade das micro e pequenas empresas, componentes deste APL.

Consolidação

No Paraná, receberam apoio do governo estadual, além de Apucarana, os APL’s de Madeiras e Móveis de Arapongas, Vestuário em Cinanorte (que engloba Maringá e Londrina) e Portas e Janelas de Madeira em União da Vitória. Várias reuniões aconteceram nestes municípios com a presença de técnicos da secretaria estadual. "Este foi um ano estratégico para os APL’s no Paraná. O propósito foi mobilizar as comunidades locais com vistas a levantar as oportunidades destes arranjos", diz o secretário Luis Mussi.

Capital do Boné

Conhecida desde a década de 90 como a "capital nacional do boné", Apucarana produz em média quatro milhões de unidades por mês, o que corresponde a 50% da produção nacional. O APL já conta com um grupo gestor com 22 participantes locais, incluindo associações, instituições financeiras e universidades. O principal objetivo do arranjo é promover as exportações, que ainda são pequenas.

Nos últimos dois anos foram exportados cerca de 640 mil bonés. A expectativa dos fabricantes é de que, até 2008, 10% da produção seja vendida para o mercado externo. As cerca de 200 empresas do setor na cidade, que estão sendo convidadas a se envolver no negócio, empregam três mil funcionários diretos e contam com um faturamento mensal de cerca de R$ 10 milhões.

O empresário do setor de bonés e membro do comitê gestor, Jayme Leonel, acredita que as ações articuladas pelo comitê serão essenciais para a difusão tanto do modelo de APL quanto do setor de bonés da cidade. "Nosso objetivo é ganhar competitividade, contribuir para a geração de renda e emprego, e profissionalizar cada vez mais a produção", ressalta.

Para Jerson Cavalieri, empresário há três anos no setor e participante do grupo gestor do APL, a busca de representatividade do segmento é o que vai fazer a grande diferença no médio prazo. "Quanto mais representativo, mais força teremos. Trabalhando com a visão de expandir o setor, todos terão acesso a informações, pesquisas, novos mercados, divulgação, entre outros benefícios muitas vezes impossíveis de serem conquistados individualmente", avalia.

União

Maria Isabel Lopes, diretora da Associação Comercial de Apucarana, afirma que a união é mesmo o melhor caminho para o setor. "Tanto o mercado nacional quanto o internacional precisam ser trabalhados e o segmento tem tudo para expandir. A cidade já é líder em produção de bonés e deve buscar esta liderança também no exterior", opina.

Segundo o diretor da Associação dos Fabricantes de Bonés e Brindes de Apucarana (Assibbra), Marno Faleiros Nolli, a união do setor é o único caminho para as empresas buscarem a competitividade, principalmente em relação ao mercado externo. "Sem união não temos poder de negociação e nem conseguiremos ter a visibilidade necessária para competir", afirma.

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