13.º salário vai injetar R$ 3,5 bilhões na economia do Paraná

Cerca de R$ 3,5 bilhões deverão ser injetados na economia do Paraná até o final de 2006, com o pagamento do 13º salário aos 4.738.060 trabalhadores. A estimativa foi apresentada nesta quinta-feira (9) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). O montante representa em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e inclui todos os trabalhadores do mercado formal e beneficiários da Previdência Social.

A estimativa foi apresentada em Curitiba pelo economista do Dieese, Sandro Silva, e pelo 1º secretário da Federação dos Empregados do Comércio do Paraná, Remi Stelmach, que levaram em conta os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – ambos do Ministério do Trabalho e Emprego – bem como da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, e informações do Ministério da Previdência e Assistência Social.

O volume de recursos representa um crescimento de 8,15% em relação ao ano passado, quando R$ 3,212 bilhões foram injetados na economia paranaense. O Paraná teve crescimento acima da média nacional, calculada em 6,4%. O Estado também aumentou de 5,58% para 5,64% sua participação no volume de recursos a serem pagos com o 13º salário no Brasil (R$ 53 bilhões) para mais de 60,7 milhões de trabalhadores.

Já o rendimento médio dos trabalhadores do Paraná subiu de R$ 747,15 em 2005, para R$ 805,42 em 2006. ?Estes índices de crescimento se devem ao aumento no número de trabalhadores e dos salários em todo Estado?, disse o economista do Dieese.

Entre os 3.713.063 trabalhadores paranaenses beneficiados pelo pagamento do 13º salário, estão 1.386.604, ou 29,3% do total, de aposentados e pensionistas da Previdência Social; 2.203.426 (46,5%) de trabalhadores formais dos mais diferentes setores da economia; e 123.033 (2,6%) de empregados domésticos com carteira assinada.

?No que diz respeito ao montante a ser pago a título de 13º salário no Paraná, cerca de R$ 674 milhões (19,4% do total) são destinados aos beneficiários do INSS; R$ 2,25 bilhões (65,2%) aos empregados formalizados e, por fim, R$ 52,1 milhões (1,5%) aos empregados domésticos?, revelou Sandro Silva.

Segundo ele, uma pesquisa feita pela Associação Nacional dos Executivos em Finanças, Administração e Contabilidade revela que 63% dos trabalhadores pretendem usar o 13º salário para o pagamento de contas atrasadas; 15% na compra de presentes; 11% para o pagamento do IPTU, IPVA e matrículas no início de 2007; 4% na reforma da casa; 5% já receberam e gastaram; 2% em poupança.

?Outro aspecto importante a ser ressaltado é que 65% do 13º salário serão pagos nos meses de novembro e dezembro. O restante já foi pago pelas empresas?, informa Remi Stelmach, que acredita na contratação de 10,5 mil trabalhadores temporários no comércio nos dois últimos meses do ano.

Critérios

No caso da Rais, o Dieese considerou todos os assalariados com carteira assinada, ocupados no mercado formal, setores públicos (celetistas e estatutários) e privado. O total de empregados domésticos com registro em carteira utilizado para o cálculo foi extraído da PNAD. Foram considerados ainda os aposentados e pensionistas que, em setembro de 2006, recebiam seus proventos do INSS.

Com relação aos valores, para estimativa do montante a ser pago aos beneficiários do INSS, foi utilizado o total referente a setembro deste ano. Para os assalariados, o rendimento foi atualizado pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de janeiro a setembro de 2006 em relação ao mesmo período de 2005.

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