Vladimir Herzog recebe homenagem em eventos culturais

Qual a importância da memória para um povo? Essa é a questão levantada em celebração ao aniversário de Vladimir Herzog, jornalista assassinado nas dependências do DOI-Codi, órgão de repressão subordinado ao Exército, no período da ditadura militar brasileira. Em 27 de junho, Vlado como era chamado pelos amigos, completaria 75 anos e para homenageá-lo o Instituto Vladimir Herzog promove a série de eventos Memória e Transformação.

Assim, por meio das artes gráficas, do cinema, da música, de seminários e cursos, o público é convidado a refletir sobre os impactos dos movimentos políticos, como a ditadura e o holocausto, na vida e nas artes das sociedades contemporâneas. Todos os eventos da mostra são gratuitos.
A começar por uma exposição de cartazes sobre a anistia em exibição na Cinemateca Brasileira (zona sul). Ao todo, são 60 peças utilizadas como meio de resistência às ditaduras em diversos países latino-americanos como o Brasil, Chile, Nicarágua e outros.

A Cinemateca também será espaço para uma mostra de cinema, junto com o Cinesesc (centro), a partir de 19 de junho. Entre os 49 documentários exibidos, se destacam “O Edifício dos Chilenos” (2010), “Vlado, 30 anos depois” (2005) e “Nostalgia da Luz” (2010). A exibição desse último será em formato de aula magna seguida de debate com o diretor chileno Patricio Guzmán, em 8 de julho.

A série “Memória e Transformação” apresenta ainda a cantata “O Diário de Anne Frank”, uma produção musical erudita, que será encenada no Auditório do Ibirapuera (zona sul) nos dias 29, 30 deste mês e em 1º de julho.
Por fim, haverá o seminário “Direito à Verdade e à Memória”, com a participação da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, representantes da ONU e Tito Milgram, curador do museu Yad Vashem de Israel. No encontro, realizado no Itaú Cultural (centro), em 28 de junho, as autoridades discutirão o resgate da memória e a justiça aos autores de violências cometidas durante os governos militares e a percepção judaica sobre o holocausto.