Verão chega mais cedo em Curitiba

A visão essencialmente paranaense do que vai ser moda na Primavera-Verão de 2006 pôde ser conferida na sexta edição do Curitiba Fashion Art, que agitou o mundo da moda em Curitiba na semana passada. O evento, idealizado pelo produtor Paulo Martins e pela jornalista Nereide Michel, reuniu as concepções de oito marcas – sete paranaenses e uma catarinense, cumprindo à risca a proposta de dar passagem à moda feita fora do eixo Rio-São Paulo-Minas. Na última noite, foi feita a entrega do Prêmio João Turin ao estudante da Universidade Estadual de Londrina, Cláudio Pádua Rodrigues, que venceu o concurso de talentos.

O que se viu nos quatro dias de desfiles foi muita democracia, mistura de estilos e roupa para todos os gostos e medidas. Obviamente, algumas tendências nacionais provocam reflexos, como as saias godês e blusas com mangas levemente franzidas para as mulheres e calças pescador para os rapazes. A paleta de cores é vasta, mas a mistura branco e bege e as cores fortes e cítricas são repetidas.

Júnior Gabardo, da Sexxes, apostou nas cores fortes e alegres. O laranja e o turquesa misturam-se ao roxo e ao lilás, um tanto quanto oitentista. Para as mulheres, vestidos curtíssimos, ajustados no busto e com saia evasê. O homem desperta o lado sensual com t-shirts justíssimas e jeans de corte reto e sequinho, com detalhes coloridos.

Enesoe Chan

Reciclável

Enesoe Chan buscou na cultura dos catadores de papel o estilo para uma coleção mais conceitual do que prática. As calças com ganchos nos joelhos passam a idéia de despojamento, acentuado pela aplicação de bolsos e bordados. O marrom, o bege e o laranja remetem à força do sol.

Sem-vergonha

Ronaldo Silvestre e sua Ex Madame trouxe uma coleção extremamente sensual, ao mesmo tempo que pueril. Os vestidinhos curtos, de saia rodada, vão do jeans escuro ao black and white. Mas sempre com um toque brejeiro, inspirado na flor de beira de estrada maria-sem-vergonha. Para os rapazes, estilo militar, com um quê de anos 80s, com calças ajustadas, de corte reto.

Areia

A Santa Menina, do trio Elaine Castelassi, Ana Claudia Conti e Caroline Castelassi, propõe o estilo hippie-chic para a moda praia. Há maiô clássico, com detalhes em dourado. Mas há também muita tanga com flores miúdas, aplicações e cores cítricas – o verde-limão é um hit.

Ginga

Capoeira e suas cores – branco e cru – não poderiam ser uma escolha mais ensolarada. Essas tonalidades são os hits da estação na concepção da Korr. Aos homens são permitidas calças no melhor estilo pescador, com tecidos soltos. As mulheres usam saias soltas, até os pés. Buscar a brasilidade neste verão pode ser mais que atitude. Pode ser moda.

Tudo azul

A evocação de Nossa Senhora do Rocio por Silmar Alves sugere um estilo etéreo, com muito azul e verde-água, em tons degradé ou no marinho total. Os longos vestidos acinturados são o diferencial que, porém, é cruel – só as magérrimas estão autorizadas a usar.

Anos 80s

Roberto Arad levou a sério a proposta de ?subir ao porão? para buscar referências. Nas cores, verde-bandeira, amarelo-ouro, laranja e vermelho. Nas roupas, mix como vestidos estilo chemiser com manguinhas levemente plissadas floridas, com estampa pornô-chic. Os anos 80s chegam firme na saia rodada, no shortinho micro ultra-esportivo e nos blazers jeans acinturados. Vale a pena dar uma olhada no baú para ficar antenado.

Simples

A Züe aposta no bonito e simples. Os shorts jeans vêm com tudo, misturados com blusas leves, coloridas e com floridos miúdos. Muito frescor e leveza, o que sugere o uso de roupas confortáveis e leves, condizentes com a estação mais quente do ano.

Para encarar o clima praiano, a sugestão da MarcuSoon é apostar em batas de tecidos leves, em tons crus, com detalhes coloridos. A sempre acertada aposta no bege e branco, lindos com o bronzeado, é nota 10. Flores aplicadas nos detalhes dão o toque primaveril.

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