Uma história fascinante e turbulenta

Sonia Gandhi, considerada uma das mulheres mais poderosas do mundo, tem uma história de vida que causa admiração e também conflitos na Índia. A devoção se mistura com as críticas de oposicionistas que não aceitam o fato de ela ser estrangeira e ter uma formação católica inicial. Em 1965, a italiana de então 19 anos conhece o jovem indiano Rajiv Gandhi, durante um curso em Cambridge, na Inglaterra.

Uma história de amor surge e ela larga tudo para acompanhar Gandhi, de uma família influente e participante da política da Índia. Rajiv Gandhi chegou a ser primeiro-ministro daquele país e, após a morte dele em um atentado, Sonia entrou na política e permanece até hoje como líder do Partido do Congresso, que governa a Índia. Chegou a ser eleita primeira-ministra, mas não quis assumir o cargo.

A história dela é narrada no livro O sári vermelho, do autor espanhol Javier Moro. Ele está no Brasil para o lançamento da publicação. Moro também é autor do best-seller Paixão Índia, de 2006.

A pesquisa para o novo livro foi árdua e intensa, segundo o escritor. Sonia Gandhi não quis dar entrevistas, com receio de que as suas palavras fossem usadas como “armas” pela oposição.

“Ela não quis colaborar e eu até pensei em desistir. Nunca entendi por que nenhum escritor narrou a história dela. Minha intenção não era fazer uma biografia, mas sim levar o valor de seu sacrifício”, conta Moro.

Após algum tempo na Índia, fazendo diversos contatos e esperando respostas, o autor espanhol conseguiu falar com uma mulher que foi secretária de Gandhi por 20 anos.

Foram dois dias de conversas, que deram a partida para a pesquisa. “Eu estava procurando os detalhes, o lado humano, e não o que já estava em livros”, explica. Aos poucos, Moro foi encontrando as fontes que relataram a história de Sonia. “É uma senhora que nunca procurou o poder”, afirma.

Além da história dela, o livro acaba mostrando a Índia, a sua cultura, suas centenas de idiomas e divindades. Javier Moro tem uma relação estreita com a Índia, apesar de ser espanhol. A primeira viagem dele ao país asiático aconteceu quando tinha 13 anos.

“Eu era um garotinho e aquilo tudo foi um choque para mim. Depois de adulto, esse choque se transformou em curiosidade para compreender a diversidade daquele país. É um poço de cultura muito interessante”, comenta Moro. O livro O sári vermelho, da Editora Planeta do Brasil, já está nas livrarias, com o preço sugerido de R$ 54,90.

Voltar ao topo