Tom Hanks fala de ‘Capitão Phillips’, de olho no Oscar

Assim como a cena da ópera – a ária “La Mamma È Morta”, de Andrea Chénier – foi decisiva para que Tom Hanks ganhasse o segundo Oscar, por “Filadélfia” (houve outro anterior por “Forrest Gump”), há outra em “Capitão Phillips” que poderá pavimentar a candidatura do astro para mais um prêmio. O filme que estreia dia 8 se baseia no sequestro de um cargueiro norte-americano por piratas somalis, em 2009. Não é segredo que os Seals resgataram o Capitão Phillips ou que os piratas sobreviventes foram para uma prisão de segurança máxima nos EUA. Depois que tudo termina, a tensão, o medo, o personagem de Hanks tem um colapso emocional. A cena estava no roteiro, foi filmada. E aí, numa conversa com outro participante do episódio real, Hanks e o diretor Paul Greengrass souberam que Phillips teve seu breakdown na enfermaria do navio que o resgatou.

“É a vantagem de se trabalhar com um diretor que foi documentarista”, explicou Hanks à reportagem, numa entrevista em Londres. “De cara, nos propusemos – e se a gente fizer de novo? A cena ficou mais forte.” Pegando carona no que ele conta, o repórter mata uma curiosidade de 20 anos. Como foi feita a cena da ópera, em “Filadélfia”? “Só quem capta som direto sabe como é difícil trabalhar com várias pistas sonoras. Não é impossível, hoje em dia se fazem milagres, mas não estava dando. Jonathan (o diretor Jonathan Demme) quis suprimir a ópera das filmagem e propôs – e se a gente usasse um ponto? Terminei fazendo a cena no escuro, cronometrando mentalmente o tempo para que a ópera fosse encaixada na pós-produção. Foi uma das cenas mais difíceis que já fiz.”

Tom Hanks parece bem, fisicamente. A diabetes levou-o a cuidar mais da alimentação, do físico. Conversa-se de tudo – carreira, filmes, projetos, saúde. E Oscar. Qual é sua expectativa – ele vai ser indicado de novo? “Diga-me você.” O repórter diz que sim, ele cruza os dedos, mas deixa claro:- “O prêmio só interessa como reconhecimento do trabalho, e esse é um filme que gostei de fazer”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo