Começa amanhã, no Teatro da Caixa, a temporada da peça “Barrela”, obra do dramaturgo Plínio Marcos com atuação da companhia Nós do Morro. Dirigida por Paulo Giannini, a montagem do grupo do Morro do Vidigal, favela do Rio de Janeiro, mantém as características do texto original e revela, de forma crua, a realidade carcerária do país.
Primeira peça de Plínio Marcos, “Barrela” é baseada em uma história verídica que aconteceu com um jovem na cidade de Santos (SP). Preso por uma briga de pequenas proporções, o rapaz foi estuprado por companheiros de cela. Solto, dois dias depois, jurou vingança e matou quatro dos presos que participaram da ação. Chocado ao ouvir o relato, Plínio Marcos decidiu contar a história em forma de diálogo, imaginando situações ocorridas antes, durante e depois do episódio do estupro.
“A peça fala sobre a disputa de poder entre os homens; sobre a reinvenção da ordem onde não há ordem; e sobre o ser humano, enjaulado e prestes a enlouquecer por terem tirado sua liberdade de se refazer, reaprender, renascer”, conta o diretor. A única alteração dada pelo Grupo à montagem original é a inclusão de um coro de atores para reforçar a ideia de superlotação.
“Barrela” teve uma única apresentação em novembro de 1959, quando foi proibida pela Censura. Considerado forte e inadequado, o texto permaneceu censurado por 21 anos, sendo montado no início dos anos 1980.
O que: “Barrela”
Onde: Rua Conselheiro Laurindo, 280
Quando: de 09 a 11/12
Horário: sexta e sábado às 21h, domingo às 19h
Ingresso: R$ 20
Classificação etária: 18 anos