Sylvio Back está de volta com o filme Lost Zweig

Estréia hoje, em Curitiba, Lost Zweig, décimo longa-metragem de Sylvio Back. Foi rodado em Petrópolis e no Rio de Janeiro e revive a “vida brasileira” do escritor austríaco Stefan Zweig, autor do famoso livro Brasil, País do Futuro, e de sua mulher, Lotte que, num pacto até hoje cercado de mistério, decidem suicidar-se na semana seguinte ao Carnaval de 1942, qual tinham assistido.

Sylvio Back decidiu fazer o filme há vinte anos, quando se familiarizou com a história do escritor Stefan Zweig, um dos mais famosos intelectuais europeus dos anos 30, que depois de visitar o Brasil, em 1937, decidiu então escolher este País como seu exílio, ao fugir da Alemanha hitleriana. “Afonso Arinos me mostrou o livro Brasil, o País do Futuro, original, dedicado pelo Zweig. Eu li, gostei e depois ainda passei a estudar um outro trabalho de Alberto Dines sobre o suicidio de Zweig. Foi então que escrevi o roteiro do filme”, disse Back ontem na redação de O Estado do Paraná.

A produção de Back foi caprichosa, filmando em locações em Petrópolis e no Rio, com um elenco internacional, encabeçado por uma dupla de intérpretes europeus, o alemão, Rüdiger Vogler, ator preferido de Wim Wenders, e a atriz austríaca Ruth Rieser. Entre os brasileiros, destaques são Renato Borghi (no papel de Getúlio Vargas), Daniel Dantas, Juan Alba, Ana Carbatti, Odilon Wagner, Kiko Mascarenhas, Katia Bronstein e Denise Weinberg.

Como Stefan Zweig, a mulher e amigos eram todos estrangeiros e sempre conversavam em uma segunda língua, além do alemão, Lost Zweig é inteiramente falado em inglês, sendo que será exibido no território nacional com legendas em português.

Reconstituição

Com argumento original de Back e roteiro escrito com o irlandês Nicholas O?Neill, baseado na biografia Morte no Paraíso, de Alberto Dines, Lost Zweig exigiu uma rigorosa reconstituição histórica tanto de ambientes e seleção de locações como dos figurinos, penteados e maquiagem. A época do filme (década de quarenta) é revivida nos seus menores detalhes, desde modo de falar e a postura cotidiana das pessoas ao resgate de músicas brasileiras e do cancioneiro internacional (Lehár, Marlene Dietrich, etc.). A composição da trilha sonora original de Lost Zweig está a cargo do maestro e pianista, Guilherme Vergueiro, e do trombonista gravados, Raul de Souza, ambos já com inúmeros CDs solos e em parceria gra-va-dos no Brasil e no exterior.

“No filme eu procuro destacar a última semana de Zweig no Brasil, entre o domingo de carnaval e até a segunda-feira, 9 dias depois. A morte dele não foi um acidente. Foi um gesto pensado, um protesto – deixo claro isso em várias cenas”, conclui Sylvio.

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