Sílvio Santos está confiante na nova fase do Falando Francamente, com Sônia Abrão

A apresentadora Sônia Abrão não sabia se ria ou se chorava ao receber a notícia de que acabara de ganhar um programa nas tardes de sábado do SBT. A partir do dia 10, o Falando Francamente deixa de ser diário e passa a ser semanal, com direito a cinco horas de duração, links ao vivo de outras cidedes e auditório com capacidade para 200 pessoas. Sônia Abrão ficou radiante com a notícia porque encarou o novo programa como uma espécie de “promoção”. E mais: porque ela ouviu do próprio Silvio que tinha tudo para se transformar no “Gugu de saias”. Mas Sônia ficou também um tanto apreensiva. E com razão. Afinal, o dono do SBT pediu que ela partisse com tudo para cima da concorrência: Luciano Huck, da Globo, Raul Gil, da Record, e Gilberto Barros, da Band. “Ele falou para eu entrar de cabeça na guerra pela audiência. Ouvindo assim, parece até fácil… Mas quem sou eu para dizer ?não? ao Sílvio?”, pondera.

Mas, ao que parece, a confiança que Silvio Santos deposita em Sônia é tanta que ele queria que ela estreasse a nova fase do Falando Francamente ainda em dezembro. Com compromissos a cumprir, ela pediu que ele adiasse a estréia até janeiro. Silvio concordou, mas fez uma única recomendação: que o programa tivesse auditório. “É uma tradição do SBT. Acontece que eu nunca apresentei um programa do gênero. Vai ser um exercício realmente desafiador”, reconhece. Assim que recebeu a notícia, Sônia tratou de cancelar as férias que sonhava tirar. Em vez disso, começou a pensar no novo formato do programa. Dos quadros exibidos atualmente, ela pretende manter apenas três: o Caixa Mágica, que dá prêmios a quem acertar o nome do artista; o SBT 22 Anos, que reprisa trechos de programas antigos, como o Show de Calouros e o Bozo” e o Cine Pipoca, que fala sobre as estréias cinematográficas da semana. “Ah, o Silvio preferiu manter o nome do programa.

Ele não seria louco de mudar. Afinal, foi ele quem deu…”, brinca.

Não mudam

O que não muda também na nova fase do Falando Francamente é o sem-número de inserções de “merchandising” durante o programa. “Você tem alguma dúvida?”, indaga ela, irônica.

O que também não muda, no que depender da apresentadora, é o tom jornalístico do programa. Por “tom jornalístico” entenda-se um helicóptero sobrevoando São Paulo atrás das últimas notícias de polícia, trânsito e meteorologia. “Se o helicóptero do Comandante Amilton saísse do ar, eu morreria. Sei que 90% do programa é entretenimento, mas também não posso fugir das minhas raízes”, ressalva.

Para Sônia Abrão, o motivo do aparente entusiasmo de Silvio Santos com o Falando Francamente não é difícil de explicar. Afinal, o programa já foi exibido nos mais diferentes horários da faixa vespertina: das 13:30 h às 16:30 h. “Viramos uma espécie de ?curinga? nas mãos do Silvio. Já fizemos concorrência até para os ?telebarracos? das outras emissoras e sempre com audiência satisfatória”, gaba-se ela, que registra, atualmente, modestos cinco pontos no Ibope. Por conta disso, nas palavras do próprio Silvio, Sônia tem tudo para se tornar um “Gugu de saias”. Apesar do recente escândalo envolvendo o apresentador do Domingo Legal, onde foi exibida em setembro uma entrevista forjada com supostos membros do PCC, Sônia jura que fica lisonjeada com a comparação. “É muita areia para o meu caminhãozinho”, desconversa.

Mantendo o nível

No momento, Sônia está mais preocupada é em saber o que vai fazer para disputar a audiência com dois opositores que considera “quase” imbatíveis: Luciano Huck e Raul Gil. “Se eu não disser ?quase?, então, nem entro na briga”, ressalva. Mas ela vai entrar. E garante que não vai jogar sujo. Fazer “exposição barata da miséria humana”, por exemplo, é algo que ela jura que nunca faria. “Nunca poria um caso desses no ar se não tivesse certeza de que poderia ajudar. Tem gente por aí que só usa tais pessoas. Não propõe soluções”, critica, sem citar nomes. No mais, Sônia torce para que a “comunicação popular” e a “forte empatia com o público” – dois dos elogios mais freqüentemente ouvidos do “patrão” – sensibilizem o público nas tardes de sábado. “Se eu não topar desafios novos, não saio do lugar. Se não der certo, volto para onde estava. Desempregada é que não vou ficar”, garante, enfática.

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