Saramago e Saviano são apostas das editoras

As obras “A Viagem do Elefante”, do Prêmio Nobel José Saramago, e “Gomorra”, do italiano Roberto Saviano, apareceram simultaneamente nas livrarias de países latino-americanos, como apostas do mercado editorial para o fim do ano.

Entre os títulos fortes há também “Perder” da argentina Raquel Robles. “A Viagem do Elefante” é um romance atípico de Saramago, pois reconstrói a viagem de um elefante que o rei João III oferece ao seu primo, o Arquiduque Maximiliano, da Áustria. Saramago conta a viagem épica desse elefante, originário da Ásia e batizado de “Salomão”, que por caprichos da realeza percorre caminhos absurdos para chegar a Viena.

Segundo ele diz, o livro não é narra um momento histórico. Precisamente, em um período que permaneceu convalescente, o autor mesclou “fatos reais com outros inventados” e terminou a obra quando se recuperou.

Já “Gomorra”, obra em que o jornalista e escritor italiano retrata as relações de poder, dinheiro e sangue da máfia italiana nas províncias de Nápoles e Caserta, e que vendeu mais de três milhões de exemplares na Europa, chegou esta semana às livrarias da América Latina, onde era esperado com ansiedade.

O sucesso da obra, especialmente no cinema, acelerou também a condenação de morte de Saviano pela máfia napolitana (a Camorra), motivo pelo qual ele vive sob custódia policial.

“Gomorra” já foi traduzido para 30 idiomas e foi apresentada na Feira do Livro de Guadalajara, México, que começou no último dia 29, mas sem a presença do autor, que evita possíveis deslocamento que o exponham a eventuais atos de vingança e atentados.

O livro que inspirou o filme de mesmo nome, e que concorrerá à indicação ao Oscar 2009 de Melhor Filme Estrangeiro, levou à Itália um debate sobre o crime organizado.
“Perder”, de Raquel Robles, vencedora do Prêmio de Novela do Clarín, se tornou a obra mais importante da Argentina, devido à sua grande repercussão.

A obra retrata a dor íntima da autora ao perder um filho em um acidente, a partir de sua condição como filha de desaparecidos, nascida em 1971 e que militou durante onze anos em organizações de direitos humanos.

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