Rir ainda é o melhor remédio

O dia pode ser apenas mais um na semana, mas quando chega a noite, homens e mulheres dispostos a embalar seu sábado vivem as expectativas de enlaçar um novo romance nas boates. Se em Os embalos de sábado à noite (1977) John Travolta encontra o significado de sua vida dançando nos finais de semana, nem todos têm a mesma sorte. O oposto ocorre com a personagem da autora americana Doroty Parker (1893-1967), Alice, em Manual prático da mulher desesperada.

O espetáculo teatral tragicômico traz uma mulher à beira de um ataque de nervos enquanto espera o telefonema de um príncipe encantado. Com direção de Ruiz Bellenda, a peça está em cartaz até o final de outubro, sextas e sábados, às 21h, no bar Era só o que faltava. Dividida em três atos, Alice, encenada pela jovem Adriana Birolli, vive os rituais básicos de embelezamento em seu quarto e até terminar as unhas no salão de beleza de seu manicuro gay, não fica um instante sem monologar sobre seus candidatos.

Adriana dá todo o tom de humor, sensualidade e dramaticidade que a personagem passa durante sua desagradável noite. No palco, ela aplica máscara facial, se depila e faz maquiagem. Durante essa preparação, um vídeo irônico revela seus pensamentos só interrompidos quando ela explode em ira com o silêncio do telefone celular.

No salão de beleza como na boate, o ator Cadu Scheffer arranca gargalhadas do público como Celinho, o manicuro gay, e Evertonn, o garanhão troglodita com quem Alice dança na boate. O espetáculo não tem outra intenção a não ser divertir o público, fato que faz com propriedade, e lembrar o velho ditado popular de que é melhor estar só do que mal acompanhada(o).

O cenário e os figurinos são simples e recriam quarto, salão e boate. Ao longo da peça um telão reproduz vinhetas revelando o passado da protagonista. Num ambiente pequeno e descontraído, o espectador acompanha de perto o preço que uma mulher pode pagar por suas contradições e experiências.

Serviço:

Manual prático da mulher desesperada, sexta e sábado no Era só o que faltava. Ingressos a R$12 (inteira) e R$ 5 (meia). Mais informações pelo telefone (41) 3342-0826.

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