Rio e Curitiba abrem projeto de concertos da Funarte

Os concertos do Trio Aquarius no Rio e no teatro do Sesc de Curitiba, no dia 15, abrem o projeto de Circulação de Música de Concerto, promovido pela Fundação Nacional de Artes (Funarte). Até novembro, mais de cem músicos vão se apresentar em mais de 50 cidades dos 27 Estados, apresentando de Mozart a música contemporânea, brasileira e estrangeira. No fim de maio, começam os "Concertos Didáticos", nas regiões Sul e Sudeste. Os dois projetos são financiados pela Petrobras, como parte do acordo que destinou R$ 18 milhões para os programas de música, artes cênicas e plásticas da Funarte.

"Os próprios grupos nos propuseram onde tocar, o repertório e a formação. Nossa única exigência era 15% de música brasileira e que os grupos fossem de câmera", diz o presidente da Funarte, o ator Antônio Grassi. "Recebemos 110 propostas e selecionamos 30 para os dois programas, que chegarão a cidades onde raramente ocorrem espetáculos de música erudita."

Alguns músicos que militam entre a música popular e a erudita, como o grupo Uakti, o clarinetista Mário Séve e o Quinteto Villa-Lobos, estão no elenco, este último tanto dos concertos didáticos quanto nos que viajarão pelo País. "Os limites entre os dois gêneros estão cada vez mais tênues", lembra a diretora de Música da Funarte, Ana de Holanda. "Na pesquisa que fizemos para criar o projeto, descobrimos que, só no Rio, ocorrem em média 170 concertos por mês, muito mais que espetáculos de teatro ou cinema."

Os músicos deram preferência aos compositores nacionais e alguns descobriram nichos pouco visitados, como a soprano Adélia Issa e o pianista Ricardo Ballestero, que percorrerão oito cidades do Sul e Centro-Oeste, com o concerto "Grandes Poetas, Grandes Canções". Há parcerias de Alberto Nepomuceno com Olavo Bilac e com Machado de Assis, Camargo Guarnieri com Mário de Andrade e com Drummond e de Vinicius de Moraes com Cláudio Santoro. "Os concertos didáticos têm peças curtas e acessíveis e por iniciativa dos próprios músicos, atingem várias faixas etárias."

O coordenador de música erudita, Flávio Silva, ressalta que, embora a maioria das propostas tenha vindo do Rio e São Paulo, nas outras regiões há músicos excelentes. "O que falta é uma estrutura, empresários que explorem esse nicho", explica. Ele diz ainda que a qualidade dos músicos candidatos era excelente. "Alguns ficaram como suplentes dos escolhidos", adianta Grassi. "Se o orçamento de 2006 nos contemplar com uma verba extra, eles poderão entrar numa segunda rodada de concertos para o segundo semestre."

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