Richard Avedon morre, mas deixa inspiração

O fotógrafo de moda e retratista Richard Avedon morreu na manhã de ontem aos 81 anos, informou uma porta-voz da família. Avedon morreu no Hospital Metodista em San Antonio, Texas, onde estava desde sábado, depois de sofrer uma hemorragia cerebral durante uma sessão de fotos para a revista The New Yorker. Nunca houve um fotógrafo como Avedon, que inspirou fotógrafos da Playboy pelo mundo afora com sua técnica e talento especiais para fotografar mulheres. As mais lindas mulheres.

Um dos mais celebrados fotógrafos da atualidade, sua especialidade eram as fotos de moda e os retratos, sempre em preto-e-branco com um fundo neutro. O mundo viu Marilyn Monroe, os Beatles e grandes nomes da política através de suas lentes. Entre suas fotos mais clássicas estão um retrato da atriz Nastassia Kinski abraçada com uma cobra e o retrato Dovina com os Elefantes.

Avedon foi um autodidata e, antes de se dedicar ao mundo das imagens, estudou filosofia na Universidade de Columbia, em Nova York. Um de seus primeiros parceiros foi Alexey Brodovitch, diretor artístico da revista Harper´s Bazaar, com quem trabalhou a partir dos anos 40s. Seu primeiro livro – Observations – lançado em 1959, causou impacto na fotografia mundial. Atualmente, trabalhava para a revista New Yorker.

Era um obcecado por seu ofício. “Nunca achei que meu trabalho era bom o suficiente e parte de mim ainda pensa da mesma fora. Mas isso nunca me fez sofrer. Ao contrário. Me fez trabalhar”, disse ele em entrevista disponibilizada em seu site. Na entrevista, ele contou que preferia ver as pessoas a escutá-las. “Eu vejo o tempo todo – muitas vezes não escuto. Posso estar numa conversa com alguém e, num dado momento, parar de escutar o que aquela pessoa está dizendo e fingir que estou escutando. Meus melhores amigos sabem que isso acontece. O modo como eu vejo é comparável como o modo como os músicos escutam, é algo extra-sensorial. É minha linguagem, eu falo através das minhas fotografias.”

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