Revolução Federalista é tema de mostra especial no Museu Paranaense

O Museu Paranaense abre três novas exposições nesta terça-feira (07), às 19h. ?Caminhos da Revolução Federalista no Paraná?, com fotos, objetos e documentos sobre o importante episódio da nossa História, ?Homenagem a Ruy Wachowicz?, e a ?A Magia dos Anos 60?, com objetos e documentos da coleção dos anos 60, do acervo do Museu Paranaense. Na abertura, a banda ?Metralhas Beatles Again? relembrará os grandes sucessos dos Beatles.

Na mesma ocasião, no Parque Histórico do Mate, abre uma nova exposição intitulada ?Rótulos e Embalagens da Erva-Mate?, com rótulos e embalagens antigas utilizados no final do século XIX e início do século XX pelo setor industrial ervamateiro.

No dia 21, às 19 horas, será projetado um filme sobre a Revolução Federalista, seguido do debate ?A Revolução Federalista no Paraná?, com historiadores, professores e estudiosos no assunto. No dia 25, será promovido um passeio cultural à Lapa, com visitas aos prédios históricos e com monitoria especial. Será também encenado o episódio ?O Cerco da Lapa?, pelo Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado do Exército. Os interessados devem se inscrever pelo telefone do setor de Ação Cultural do Museu Paranaense, (41) 3304-3324.

Caminhos da Revolução no Paraná – A República no Brasil trouxe a instabilidade e discussões próprias de seu tempo, em fins do século XIX. A nova ordem institucional revelou as contradições entre os diferentes grupos envolvidos no movimento republicano, marcada por conflitos entre facções políticas. O período trouxe transformações sociais marcantes como a hegemonia do centro sul cafeeiro e a organização do trabalho assalariado em substituição à escravidão.

A consolidação do regime foi marcada por conflitos violentos e desorganizados e exigiram ação de forças governamentais. Com a influência positivista, as idéias republicanas se propagaram de forma diferenciada em intensidade e clareza. A crença na República como forma superior de organização política contrapunha a Monarquia, o que impedia o progresso. O Federalismo propunha liberar o homem das forças opressoras do capitalismo.

As tendências federalistas deram-se com maior intensidade no Rio Grande do Sul. Os chimangos ou pica-paus, liderados por Júlio de Castilhos, e os federalistas ou maragatos, liderados por Silveira Martins, desencadearam a guerra civil de caráter local, mas que transpôs as fronteiras estaduais. A Revolução Federalista de 1893/1894, no Rio Grande do Sul, e a Revolução da Armada, no Rio de Janeiro, ultrapassaram o contexto regional e puseram em risco a República recém instalada.

Homenagem a Ruy Wachowicz

Fotos, objetos e documentos do professor e historiador paranaense Ruy Wachowicz estarão expostos na Sala Personagens Paranaenses. Wachowicz nasceu em Itaiópolis, Santa Catarina, em 1939. Com quatro anos de idade mudou-se com a família para Araucária, no Paraná. Cursou a faculdade de filosofia ciências e letras na Universidade Federal do Paraná, graduando-se em Geografia e História em 1961. Na década de 70 fez especializações em história. Na mesma época, foi professor da UFPR e da Universidade Católica do Paraná. Ingressou na Academia Paranaense de Letras em meados dos anos 90, assumindo a coordenação da revista da academia, sendo também responsável pela criação da Semana de Estudos de História do Paraná.

Entre as publicações que mais se destacam estão: ?Universidade do Mate ? História da UFPR?, ?As moradas da Senhora da Luz?, ?Perfis polônicos no Brasil? e ?As escolas da colonização polonesa no Brasil?. Wachowicz morreu em 19 de agosto de 2000, deixando um importante legado de obras e pesquisas ao povo paranaense.

A Magia dos Anos 60

Considerados ?os anos rebeldes?, os anos 60 revolucionaram o comportamento da sociedade. Fatos marcantes se sucederam em todo o mundo, como a liderança de Martin Luther King, nos Estados Unidos e de ?Che? Guevara, em Cuba, e a manifestação do progresso tecnológico refletido na nave Apolo, que levou o homem pela primeira vez à Lua.

No Brasil, Brasília é inaugurada como capital do País e a nova constituição decreta o recesso do Congresso Nacional, com a suspensão dos direitos políticos e a cassação de mandatos. Líderes estudantis e políticos, além de artistas, são perseguidos, resultando em muitos desaparecimentos e exilados. No Paraná, surge uma nova geração de artistas plásticos, entre eles Fernando Calderari, Gilda Belzack, Helena Wong e Violeta Franco.

Na Sala das Coleções estarão a mostra objetos e documentos da coleção dos anos 60 do acervo do Museu Paranaense, como revistas, mobiliária, vestimentas e fotos da época.

Rótulos e embalagens da erva-mate

Surgindo para exportação no século XIX, a indústria da erva-mate foi suporte na organização e na expansão dos meios de transporte fluvial e ferroviário. Exerceu um papel preponderante no desenvolvimento da Província do Paraná, provocando uma notável transformação na economia, no comércio, na arquitetura e na evolução gráfica.

Nessa época, o acondicionamento da erva-mate para exportação era feito de maneira rudimentar, nos surrões de couro ou de jacá de taquara ou então em barricas de madeira. Para enfrentar a concorrência com o chá na Europa e nos Estados Unidos, surgiram os rótulos que eram fixados nas barricas tornando as embalagens mais atrativas para o comércio externo.

O Barão do Serro Azul – um dos maiores produtores paranaenses da erva-mate ? fundou, em 1888, a Impressora Paranaense, facilitando a impressão de rótulos para o comércio da erva. Mais tarde surgiram novas embalagens para o consumo interno: caixetas em madeira, latas coloridas e no século XX, as caixas em papelão.

Serviço:
?Caminhos da Revolução Federalista no Paraná?, ?Homenagem a Ruy Wachowicz? e ?A Magia dos Anos 60?
Museu Paranaense ? (41) 3304-3300
Rua Kellers, 289, Alto São Francisco – De terça a sexta-feira, das 10h às 17h, sábados, domingos e feriados das 11h às 15h.
Ingressos: R$ 2,00. Estudantes pagam meia entrada. Menores de dez anos e maiores de 65 têm entrada livre. Aos sábados a entrada é gratuita para todos.

Voltar ao topo