RCTV volta ao ar na Venezuela, via cabo e satélite

Brasília – Fora do ar desde 27 de maio, quando teve a concessão para canal aberto encerrada e não renovada pelo governo venezuelano, a emissora privada de televisão RCTV iniciou nesta segunda-feira (16) suas transmissões por cabo e satélite, informa a ABN, agência oficial de notícias da Venezuela.

Com o nome RCTV Internacional, a emissora, que era a mais popular do país, pode ser vista na Venezuela através dos sistemas Intercable, DirecTV, Net-uno e Planet. O presidente Marcel Granier diz estar em negociações com outras empresas para expandir o sinal a mais países da América.

As transmissões foram iniciadas com informação, opinião e um editorial. Durante o tempo em que esteve fora do ar, a RCTV não parou completamente suas operações, já que vendeu alguns programas para vários países do continente, segundo a ABN.

O canal 2, ocupado antigamente pela RCTV, transmite atualmente a TVes, primeira estação de serviço público do país e com programação composta quase totalmente por produções nacionais independentes, de acordo com a Agencia Bolivariana.

O ministro do Poder Popular para as Relações Interiores e Justiça, Pedro Carreño, concedeu entrevista nesta segunda-feira e disse que a volta das transmissões da RCTV mostra que o governo não tolhe nenhum direito.

?O Estado venezolano garante liberdade de expressão em todo momento?, afirmou o ministro. Para ele, há ?uma grande carga de manipulação em dizer que é antidemocrático, inconstitucional e ilegal que o Estado se reserve o direito de não renovar esta concessão?.

Carreño se referiu ao tema ao ser consultado sobre as declarações de Marcel Granier a respeito da situação dos equipamentos da emissora, em poder do Estado por determinação do Tribunal Supremo de Justicia (TSJ). No dia 4 de julho, Granier afirmou que a sentença constitui um ?nefasto precedente? para o estado de direito na Venezuela.

Numa entrevista concedida semana passada, o dono da RCTV afirmou que a emissora seguirá lutando para recuperar o sinal aberto. A ABN alega que foi impedida de participar da coletiva, assim como os também estatais Radio Nacional de Venezuela (RNV) e Venezolana de Televisión (VTV).

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