QUADRINHOS – Só para leitores de bom gosto

Flash Gordon, Brick Bradford, Agente Secreto X-9, Krazy Kat, Rei da Polícia Montada, Rádio Patrulha, Pafúncio, Mandrake, O Reizinho… Heróis que eram disputados pela garotada quando a maior parte dos atuais leitores de gibis não havia ainda nem nascido deverão ser a grande atração da Editora Opera Graphica para este ano.

Trata-se, certamente, de mais uma arrojada iniciativa da jovem editora paulista, que já vem fazendo um notável trabalho de recuperação dos grandes nomes da arte quadrinizada nacional, conforme foi aqui dito no domingo passado. Agora, a EOG pretende resgatar para as novas gerações mais alguns importantes personagens da chamada “Idade de Ouro” dos quadrinhos internacionais, que fizeram história nas décadas de 30, 40, 50 e até 60 do século passado. Eles se reunirão aos clássicos O Fantasma (de Falk e Barry), Príncipe Valente (de Foster), Tarzan (de Russ Manning), Sobrinhos do Capitão (de Kirks) e Popeye (de Segar), e aos mais contemporâneos Recruta Zero (de Mort Walker), Super-Homem (de Shuster e Siegel), Batman (de Bob Kane) e Homem-Aranha (de Lee e Romita). O próprio Fantasma terá revividas aventuras da década de 40.

De Superman a Drunna

Super-Homem – O Adeus, com roteiro de Alan Moore e desenhos de Curt Swan, em formato 21x28cm, com 68 páginas em preto-e-branco, capa cartonada e preço de R$ 12,90, será o lançamento inaugural da safra 2003 da Opera Graphica. É tida como “a melhor história do Super-Homem de todos os tempos” e tem tudo para isso, a partir da dupla de criadores, uma das mais festejadas da história do super-herói de Krypton.

Mandrake foi o escolhido para estrelar o n.º 6 da Coleção Opera King. Com ele, um mestre do ilusionismo, o roteirista Lee Falk (o mesmo de The Phanton), introduziu, em 1934, um toque de misticismo nos quadrinhos. A arte é do laureado Phil Davis. Uma edição de 96 páginas, em p&b, formato 16x23cm e R$ 9,90 o exemplar, com três histórias clássicas dos anos 30, durante uma interessante fase em que o mágico encontrava-se separado da (eterna) namorada Narda, envolvendo-se com outras mulheres.

Stripmania – “A revista de tiras de aventuras” chega ao n.º 2 com histórias do Homem-Aranha (O Terrorista), de Stan Lee e John Romita pai; Tarzan (O Templo dos Homens Animais), com o belo desenho de Russ Manning; e uma raridade: Big Ben Bolt, a notável criação de John Cullen Mur-phy, pela pena de Joe Kubert. Uma edição de 84 páginas para colecionadores.

James Bond 007 – O Homem da Pistola de Ouro foi o derradeiro romance de Ian Fleming, publicado em 1965, um ano após a morte do escritor. Embora com grande popularidade literária, o herói só se tornou um sucesso de massa em 1958, quando ganhou uma tira ilustrada regular no jornal londrino Daily Express. O curioso é que, a princípio, Fleming desaprovou a idéia, por temer que a versão quadrinizada degradasse seus livros. Esta edição, em formato 21x21cm, com 48 páginas e preço de R$ 14,90, é tida como o melhor material em quadrinhos publicado até hoje. A adaptação, feita pelo desenhista Horak, guardou extrema fidelidade ao texto original. Também o formato das tiras originais foi preservado.

Jonah Hex – Oeste Sombrio. O velho cowboy de rosto deformado da DC Comics andava meio sumido. Agora, estará de volta pelas mãos de Joe R. Lansdale (roteiro) e Timo-thy Truman (desenhos), que o remetem a um mundo de terror e degradação. Uma edição de 64 páginas em p&b, no formato 16x23cm, ao custo de R$ 12,90, imprópria para leitores mais sensíveis. No mundo de Jonah Hex, não existe lugar para mocinhos almofadinhas, galantes cavaleiros, xerifes com estrelas polidas e duelos de honra. Lansdale é, hoje, um dos “papas” da linha Vertigo e Truman foi o responsável pela reformulação do super-herói Gavião Negro (Hawkman).

Por derradeiro, uma novidade inusitada e nem por isso menos atraente. Ao contrário. As Taradas dos Quadrinhos (em formado 11 x 14cm, com 52 páginas e preço de R$ 7,90) é um trabalho organizado por Franco de Rosa, co-editor da Opera Graphica e nome dos mais respeitados no mundo das HQs no País. Nesse álbum ele reúne interessantes detalhes sobre algumas das principais heroínas dos gibis, de modo divertido e inteligente. Franco procura revelar, também, os devaneios e a motivação dos autores de Mirza, Vampirella, Barbarella, Drunna e de outras gostosas de papel.

Edição colorida marca chegada de Tex 400

Esta semana deverá chegar às bancas e gibiterias brasileiras uma edição muito especial, preparada com carinho pela Mythos Editora. Trata-se de Tex 400, um número histórico, já que muitíssimo poucas publicações chegaram a essa marca no Brasil.

O cowboy Tex Wyller, aliás, representa um dos maiores fenômenos editoriais em todo o mundo, há mais de meio século. Criado na Itália, pela dupla Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini, em setembro de 1948, não demorou a conquistar o mercado internacional. No Brasil, chegou em fevereiro de 1951, através da Rio-Grafica e Editora (predecessora da atual Editora Globo). Depois, passou para a extinta Vecchi, voltou para a Globo e hoje está na Mythos.

Para assinalar a chegada ao n.º 400, neste final de fevereiro, foi preparada uma edição totalmente a cores do mais famoso ranger da história do Oeste americano, com a aventura Homens em Fuga, escrita por Claudio Nizzi, com desenhos de Vincenzo Monti, em 164 páginas ao preço de R$ 5,90 o exemplar. Como bônus, oferecerá um suplemento de 48 páginas com a reprodução de todas as quatrocentas capas da revista.

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