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Quadrinho com preto no branco

A primeira edição ocidental de Akira foi publicada em 38 volumes, entre 1988 e 1996, com algumas mudanças peculiares em relação à original. As páginas foram colorizadas pela Epic Comics, ligada à Marvel. Como se não bastasse essa heresia, os quadrinhos foram espelhados em relação à edição original, para se adequar aos padrões de paginação ocidentais.

Vale lembrar que os mangás são publicados tradicionalmente em preto e branco, com retículos para simular as gradações de coloração; e orientados da direita para a esquerda, tanto na numeração das páginas, quanto na ordem dos quadrinhos e dos balões de fala.

A ideia de que o público não entenderia a estética nipônica era tão inculcada nos americanos que, reza a lenda, Steven Spielberg e George Lucas recusaram a oferta de filmar Akira.

No entanto, após a cruzada cultural pela qual a obra de Katsuhiro Otomo foi responsável, a cultura pop ocidental foi inundada por produtos japoneses, de mangás e animes até games. A temática nuclear do mangá inspirou Watchmen (Alan Moore, 1986), e Akira já foi citado como influência para obras díspares como A Origem, de Christopher Nolan, e Stranger Things.

Jogador Número Um, filme de Spielberg previsto para 2018, ganhou recentemente um trailer repleto de referências pop, incluindo a moto vermelha de Kaneda, de Akira. Desde 2002, uma adaptação com atores reais é cogitada em Hollywood, mas pode ser que fique no papel por mais algum tempo após o fracasso de Ghost in the Shell.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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