Programação de réveillon tem telespectadores fiéis

Maria Gorete Andrade, 35 anos, já se acostumou a ficar ligada nas chamadas da programação das últimas semanas de dezembro, na Globo. Fã incondicional dos especiais de fim de ano, a mulher, que trabalha em uma fábrica de vidros, quer saber quem serão os convidados do tradicional Show da Virada. A curiosidade tem motivo: há anos, a atração é sua companheira no réveillon. “Na minha casa nunca teve muita festa. E foi por isso que acabei gostando de ver TV”, conta ela, que é a única da família que assiste aos especiais. “Quando dá meia-noite, nos cumprimentamos e é só. Todo mundo vai dormir.” A TV acaba sendo a grande distração. Para o ‘show’ de hoje, Gorete está especialmente ansiosa. É que no meio de tantos artistas, estarão os sertanejos Victor e Leo. “Não vejo a hora de vê-los. Estou apaixonada por eles e por suas vozes.”

Antes de ser fiel espectadora do Show da Virada, ela passava a noite do dia 31 assistindo a filmes. “Mudei, achei os shows uma opção melhor.” O fato de ser fã de carteirinha dos musicais da Globo não impede que faça críticas à atração. “É bem repetitivo. Acho que deveria ter mais bandas de rock”, palpita a telespectadora, que mesmo fazendo essas ressalvas jura que nem a reprise escapa de seus olhos atentos. “Se passa de novo, eu vejo mais uma vez.” Nos intervalos, aproveita para zapear e ver o que as outras emissoras estão apresentando. “Sempre fico comendo alguma coisinha enquanto assisto aos especiais. TV à noite e comida andam juntas.”

Engana-se quem pensa que Gorete está sozinha no time dos que gostam de passar o réveillon em frente à televisão. A assistente social Nathália Garcia Siqueira Paes, 22 anos, fala que seu comportamento já se transformou em motivo de gozação por parte dos amigos. “Eles tiram sarro da minha cara por eu ser nova e gostar de ficar em casa vendo TV.” O que chama a atenção, no caso de Nathália, é que ela mora de frente para o mar, na praia das Astúrias, no Guarujá. “Desço para ver os fogos, mas não gosto de bagunça”, diz a jovem. Os musicais também são os preferidos da assistente social. “Acho um trabalho bonito.” Fã de pagode, ela confessa que não é uma tarefa fácil arrumar companhia para o programa. “Eu vejo sozinha porque o pessoal não tem paciência.”

Para o advogado José Antônio Stevanatto, 53 anos, a programação especial de ano-novo acaba fazendo parte da festa do dia 31, ainda que ele não fique o tempo todo em frente à TV. “Não dá para dar 100% de atenção, mas a gente sempre acaba acompanhando um pouco.” Segundo ele, mesmo quem fala que não gosta dos programas não resiste às apresentações. “Nessa hora a gente vê que o pessoal tem interesse. Às vezes, param até a conversa para ver algum convidado”, entrega. As informações são do Jornal da Tarde.

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