Polêmica esquenta a premiação de Gramado

A equipe do filme Filhas do Vento divulgou nota oficial nesta segunda-feira em que recusa os prêmios que ganhou no Festival de Gramado. O ato foi provocado pelas declarações do presidente do júri e crítico de cinema Rubens Ewald Filho que, em entrevista ao Jornal do Brasil, insinuou que os kikitos recebidos pelo filme foram uma decisão política.

Na matéria, Ewald Filho diz que “a premiação foi totalmente plenejada (…) Ou alguém acha que foi à toa que demos prêmios para seis atores negros em um estado como o Rio Grande do Sul, que sempre foi acusado de desprestigiar o negro”.

Rubens Ewald Filho disse que tudo não passou de um mal-entendido. Que, quando ele diz que foi planejado, ele quer dizer no sentido da coerência, não no fato de terem premiado os atores por eles serem negros.

Esta é a nota oficial da equipe do filme:

“Não cabe a nós, diretor, elenco e demais membros da equipe do filme Filhas do Vento, discutir a seleção de filmes que disputaram o Festival de Gramado. Da nossa parte, acreditamos estar contribuindo para a renovação do cinema brasileiro, trazendo novos enfoques para melhor compreender e enriquecer culturalmente o Brasil.

As qualidades do nosso filme Filhas do Vento já tinham sido reconhecidas fora das fronteiras e do debate racial no Brasil, pelo MoMA -Museu de Arte Moderna de Nova York, quando nos convidou para fazermos a Premiére Mundial no Film Forum em 23 de junho. Portanto, a nossa felicidade na noite de sábado, quando recebemos cada um dos 8 kikitos, foi ancorada pela certeza que fomos reconhecidos por apresentar um filme de qualidade.

Para nossa surpresa, a nossa alegria foi conturbada pelas declarações do presidente do júri do Festival, o senhor Rubens Ewald Filho, na material de hoje do JB. Dizer que os prêmios foram planejados e dar a entender que exatamente Filhas do Vento foi premiado por concessão, é uma desonra! O Senhor Rubens parece não ter lido a opinião unânime sobre o nosso filme, e o que ele representou para o Festival de Gramado, escritos pelos críticos de todos os jornais nacionais publicados na sexta e no sábado.

Não queremos esmolas e não aceitamos ser premiados por cota. Não concordamos com a afirmação de que o Rio Grande do Sul é o estado mais racista do Brasil. Aliás, a demarcação étnico/racial mais acentuada no sul parecem tornar este tipo de discussão e alcançar soluções mais rápidas e fáceis. Exatamente no Sul. Lembramos que o primeiro vice-presidente do Senado é negro e se chama Paulo Paim. O Rio Grande do Sul já teve um governador negro (quantos estados brasileiros já fizeram a mesma coisa?).

As declarações do presidente do júri colocam em dúvida as decisões de todo o júri. Com esta nota queremos dizer para todo o Brasil que se a opinião do Sr. Rubens for a mesma do júri, recusamos publicamente todos os premios que recebemos na noite do festival. Com exceção, obviamente, do prémio de melhor filme, decidido pelos críticos de cinema enviados para Gramado.

Honra, dignidade e respeito, antes de tudo.”

Atenciosamente, Joel Zito Araújo – prêmio de melhor diretor. Milton Gonçalves – prêmio de melhor ator. Léa Garcia – prêmio de melhor atriz. Ruth de Souza – prêmio de melhor atriz. Taís Araújo – prêmio de melhor atriz coadjuvante. Thalma de Freitas – prêmio de melhor atriz coadjuvante. Rocco Pitanga – prêmio de melhor ator coadjuvante.

Lala é a melhor no curta-metragem

A atriz principal do curta-metragem Vovó vai ao Supermercado, a paranaense Lala Schneider, foi considerada a melhor na categoria 35 milímetros do Festival de Cinema de Gramado. O filme, que concorreu com outros treze trabalhos, foi dirigido pelo auditor fiscal da Delegacia Regional do Trabalho do Paraná, Valdemir Milani.

Segundo Milani, que também assina o roteiro e a produção executiva do curta, o filme foi muito bem recebido pelo público e pela crítica. “Nosso trabalho foi aplaudido após a exibição oficial, sexta-feira passada e, na rua, as pessoas paravam para nos cumprimentar. A Lala arrasou e merecia ficar com o kikito (o troféu)”, diz Milani, que participou do evento pela primeira vez.

Inédito para o público paranaense, Vovó vai ao Supermercado abrirá a próxima edição do Festival de Cinema, Vídeo e Cine de Curitiba, que deverá acontecer em novembro. Isso porque o roteiro do curta foi o vencedor do último evento, realizado em 2002.

Olga já foi visto por 383 mil pessoas

Lançado na última sexta-feira, o filme Olga, de Jaime Monjardim, com Camila Morgado, Caco Ciocler e Fernanda Montenegro, foi visto por 383 mil pessoas no seu primeiro fim de semana em exibição. Com estes números, Olga tornou-se a nona maior abertura do ano e a maior do cinema nacional, destronando Cazuza, que teve 294 mil espectadores em seu primeiro fim de semana.

Produzido por Rita Buzzar, o filme é o mais caro já feito no País, com orçamento de R$ 8,8 milhões. Baseado na obra homônima de Fernando Morais, conta a história de Olga Benário, uma alemã, judia e comunista, que se apaixonou por Luís Carlos Prestes e foi entregue por Getúlio Vargas ao governo de Hitler, tendo morrido numa câmara de gás.

Exorcista

Exorcist: The Beginning, um filme que teve que ser refeito porque a primeira versão não era suficientemente assustadora, liderou a bilheteria americana no fim de semana, atraindo multidões aos cinemas para assistir à ressurreição da franquia iniciada em 1973. De acordo com estimativas dos estúdios, o quarto filme da série vendeu US$ 18,2 milhões em ingressos entre sexta e domingo.

A comédia Without a Paddle estreou na 2.ª posição, com US$ 13,7 milhões arrecadados. A comédia teen The Princess diaries 2: Royal engagament caiu para o 3.º lugar, com US$ 13,2 milhões em seu segundo fim de semana em cartaz.

O campeão de bilheteria da semana passada, a saga sobre monstros Alien vs. Predador, caiu para a quarta posição, com bilheteria de US$ 12,5 milhões. O thriller marítimo Open Water saltou 12 posições para a quinta, com US$ 11,8 milhões arrecadados em seu primeiro fim de semana de lançamento em grande número de cinemas.

Outro filme que ampliou o número de cinemas em que está em cartaz é o drama excêntrico Garden State, que subiu três posições, chegando à décima, com US$ 3,2 milhões de dólares em ingressos vendidos.

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