Patrimônios literários

Victor Hugo foi homenageado por ocasião dos 200 anos de seu nascimento e Os Miseráveis foi adaptado por um apaixonado pelas obras desse autor – Valcyr Carrasco: “O romance Os Miseráveis sempre me fascinou. Escrito no século XIX, fala da injustiça social. Mas resiste até hoje! Quantas pessoas como o ex-condenado Jean Valjean, o menino de rua Gavroche, e Cosette, a órfã, não estão ao nosso lado? Se lermos os jornais, encontraremos muitas histórias parecidas com as das personagens. Poucos livros conseguem dar um panorama tão arrebatador. Mostra a época histórica. Emociona. E faz pensar sobre temas importantes”.

Os Miseráveis é um livro que se lê e nunca mais se esquece. Explica-se porque é um clássico. Um texto de 1862, com forte cunho social e elementos de trama policial, mostra como uma pessoa pode transformar a vida de outras. Uma história fictícia de onde se tira inúmeras lições de bondade, renúncia e perseverança a serem colocadas em prática no mundo real.

E como bem observou Ana Maria Machado sobre a reedição de autores do passado, “os clássicos (…) são patrimônios literários e permitem contextualizar leituras contemporâneas. É nosso direito e dever lê-los”.

Assim que a editora Cosac & Naify também volta-se aos jovens com um clássico autor brasileiro: Machado de Assis. Conto de Escola (ilustrações de Nelson Cruz) reproduz um dos textos de Várias Histórias. A edição é bastante cuidadosa: desde a preocupação em incluir, em nota na lateral da página, o significado de alguma palavra ou expressão mais antiga, que hoje não se usa muito, até a escolha certeira da versão do conto machadiano. Desde que cairam em domínio público, os contos de Machado foram vastamente publicados. Aqui, os editores buscaram a edição que é considerada a melhor e mais correta, publicada pelo Instituto Nacional do Livro, em parceria com a Civilização Brasileira, e estabelecida pela Comissão Machado de Assis.

Conto de Escola narra a história de um garoto que muitas vezes preferia “cabular” a aula, como se diz hoje, e passar a tarde em meio aos prazeres das brincadeiras de rua. Um dia, sem mais nada de interessante para fazer, o aluno resolve ir à escola. E o leitor fica fisgado pela narrativa até o fim.

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